Julival Ribeiro
Atualizado março - 2022
Introdução
A base do tratamento antimicrobiano é o conhecimento da fisiopatologia da doença específica associado às peculiaridades da dimensão microbiana. Os germes são seres vivos em interação com o meio ambiente. Essa interação traduz-se em um processo evolutivo contínuo. Dessa forma, os protocolos terapêuticos antimicrobianos estão sempre mudando em conformidade à especificidade dos seus agentes.
Trauma
Traumatismos Superficiais
Traumatismo Craniano
Traumatismo de Face Cabeça e Pescoço
Traumatismo do Tórax
Traumatismo Abdominal
Traumatismo Ortopédico
Infecções Intra-Abdominais
- Indicações cirúrgicas clássicas incluem: perfuração com peritonite fecal, paciente em sepse, abscesso abdominal ou pélvico, formação de fístula, obstrução intestinal e falência terapêutica.
Considerações Especiais Sobre Infecções Intra-Abdominais
Infecções intra-abdominais englobam infecções contidas na cavidade peritoneal. As infecções intra-abdominais são classificadas como: complicadas – que se estendem além do órgão acometido para a cavidade abdominal (com formação de abscessos e peritonite) – e não complicadas, que estão contidas dentro de um único órgão (ex. vesícula biliar, diverticulite aguda) e podem ser tratadas com ou sem cirurgia.
O tratamento das infecções intra-abdominais complicadas exige diagnóstico rápido, reposição volêmica precoce, controle, dentro do menor tem possível, da fonte de infecção e terapia antimicrobiana adequada. Recomenda-se realizar hemocultura e cultura das secreções, para adequar a antibioticoterapia à posteriori, caso seja necessário. As diretrizes atuais recomendam duração mais curta da terapia para infecção intra-abdominal, especificamente quando o controle adequado da fonte de infecção foi alcançado.
No paciente em que o procedimento cirúrgico foi realizado, e o controle da fonte de infecção foi adequado, recomendam-se quatro dias completos (96 horas) de terapia antimicrobiana. Naquele em que o controle da fonte de infecção não foi considerado adequado, recomendam-se sete dias de antibioticoterapia.
A duração do tratamento com antimicrobiano deve basear-se na avaliação de parâmetros como:
Ausência de febre em até 72 horas;
Melhora do leucograma
Redução dos níveis de proteína C reativa;
Função gastrointestinal fisiológica preservada.
Pacientes são considerados de alto risco para falha no tratamento antimicrobiano, caso apresentem um dos seguintes fatores de risco:
Hospitalização por pelo menos 48 horas nos últimos 90 dias;
Atendimento domiciliar nos últimos 30 dias;
Tratamento de feridas;
Terapia de substituição renal nos últimos 30 dias;
Antibiótico de amplo espectro nos últimos 90 dias;
Infecção pós-operatória;
Infecção conhecida por um patógeno resistente.
Nestes casos considerar ampliação de espectro da antibioticoterapia para agentes de flora hospitalar.
Em pacientes com pancreatite aguda biliar e sem colangite, a associação Americana de Gastroenterologia (AAG) sugere não usar rotineiramente a colangiopancreatografia endoscópica retrógada (CPRE).
Em pacientes com pancreatite aguda biliar, a AAG recomenda a colecistectomia, durante a admissão inicial e não a pós a alta.
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