Protocolo de Inserção de DVE

Protocolo de Inserção de DVE

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Fabiana Fatiwaki
Atualizado março - 2022

Introdução

As derivações ventriculares externas (DVE) têm importante papel terapêutico em neurocirurgia, consistem em um sistema de drenagem fechado, no qual um dispositivo é inserido cirurgicamente através de um orifício do crânio, cuja extremidade se mantém posicionada no interior de um dos ventrículos cerebrais, usado com a finalidade de drenar Líquido cefalorraquidiano (LCR) principalmente em hidrocefalia, hemorragias ventriculares e algumas vezes em pós-operatórios de determinadas cirurgias. Sendo que a utilização da DVE pode levar a complicações mecânicas, funcionais e infecciosas, como obstrução do sistema, infecção na inserção do cateter, meningite/ventriculite, sangramento intraventricular, hipo ou hiperdrenagem, além de incidentes como desconexão e contaminação do sistema, dobras com ausência de drenagem e quebra do sistema. A qualificação de toda equipe multidisplinar pode diminuir muito a incidência dessas complicações.

Cuidados na implantação e manutenção do dispositivo

1- A equipe deve remover todos os adornos das mãos e antebraços como: anéis, relógios e pulseiras, antes de entrar no ambiente cirúrgico;

2-O ato cirúrgico preferencialmente deve ser realizado por cirurgião experiente;

3-Idealmente deve ser a primeira cirurgia do dia, com restrição de acesso, ou seja, equipe estritamente necessária durante o ato cirúrgico;

4-Manter as portas da sala de cirurgia fechadas;

5-A prótese deve ser conhecida e previamente escolhida pelo cirurgião;

6-Tricotomia – se estritamente necessária, usar tricotomizador elétrico com lâmina descartável e realizar fora da sala de cirurgia;

7-Antissepsia das mãos da equipe cirúrgica (vide técnica no final);

8-Degermação da pele do paciente (vide técnica no final);

9- Antibiótico profilático: Dose da Cefazolina: 2g para os que pesam <120kg e para ≥120kg a dose recomendada será de 3g e adicionar vancomicina para S. Aureus meticilino resistente (MRSA). Infundir a cefazolina dentro dos 60 minutos antes da cirurgia e para vancomicina iniciar a infusão 2 horas antes da incisão cirúrgica);

10- Técnica cirúrgica meticulosa;

11-A trepanação do tamanho suficiente apenas para a passagem do cateter;

12-A prótese deve ser aberta no último instante e instalada imediatamente;

13-Para minimizar a contaminação, usar luvas duplas no procedimento;

14-Exteriorização do cateter a 5 centímetros da ferida operatória (NUNCA na mesma incisão); 15-Hemostasia rigorosa da gálea e pele;

16-O curativo será feito a cada 48-72 horas;

17- Realizar o curativo com técnica asséptica, com uso de gorro, máscara cirúrgica comum, avental, campos e luvas estéreis;

18-Observar sinais de infecção diariamente no local da inserção do cateter e anotar no prontuário;

19-Observar e anotar presença de vazamento de líquor pela inserção;

20-Manter o curativo ocluído até a retirada do cateter;

21-Datar as trocas de curativo no próprio curativo;

22-Não molhar o curativo durante a higienização do couro cabeludo;

23-Cuidados ao esvaziar a bolsa coletora de liquor(esvaziar a cada 12h ou quando atingir um volume ≥ 200ml), fechar o clamp do circuito proximal à cabeça do paciente, para interromper a drenagem, desinfetar a tampa terminal da bolsa coletora com gaze estéril e álcool 70%, procedendo a fricção por três vezes; abri-la para o esvaziamento, desprezando o volume na cuba,não encostar o tubo (dispositivo) de drenagem no recipiente, desinfetar a tampa terminal da bolsa coletora com gaze estéril e álcool 70% e fechá-la, desprezar o conteúdo desprezando o volume na cuba, retirar as luvas e higienizar as mãos, desclampear o sistema distal, anotar o aspecto e o volume do líquor, comunicar alterações;

OBSERVAÇÃO: quando a bolsa coletora não apresentar dispositivo de drenagem com abertura, puncionar o dispositivo (“hub”) da bolsa com seringa e agulha estéril;

24-O sistema da DVE deve ficar fixado em um suporte EXCLUSIVO;

25-Manter o sistema sempre nivelado para que o conduto auditivo externo do paciente corresponda a uma altura de 12 a 15 cm de H2O na coluna de medida da Pressão Intracraniana (PIC);

26-Manter a cabeceira do leito sempre elevada entre 30° e 45°;

27-Não deixar de mudar o paciente de decúbito devido ao uso do cateter de DVE;

28-Fechar o cateter do DVE durante o transporte ou quando abaixar a cabeceira a zero grau, evitando o risco de drenagem excessiva do liquor e nunca se esquecer de abrir depois de procedimento;

29-Em caso de mudança inadvertida da altura da cabeça do paciente: reestabelecer a posição prévia do paciente, fechar o clamp do circuito proximal à cabeça do paciente para interromper a drenagem de líquor e chamar o médico de plantão, pois o paciente pode apresentar tonteira, crise convulsiva ou outros sinais de alteração da PIC;

30-NÃO há necessidade de medir a PIC no paciente com DVE, pois o limite da PIC já está estabelecido;não solicitar ajuda ao paciente para reposicioná-lo no leito, pois aumentará a pressão intracraniana (PIC);

31-Evitar flexão do quadril, pois pode aumentar a PIC;

32-Manipular o sistema de drenagem o mínimo possível;

33-Não desconectar, dobrar ou tracionar o sistema durante a mudança de decúbito, banho e transporte do paciente, a fim de evitar mau funcionamento ou quebra do sistema;

34-Notificar qualquer alteração, desconexão ou mau funcionamento do dreno para o médico responsável, nunca realizar tentativa de desobstrução do sistema;

35-Em caso de coleta de material para análise laboratorial, fazer a coleta da amostra de LCR, no horário do esvaziamento da bolsa coletora, evitando a necessidade de uma nova manipulação do sistema.

36- Checar o sistema a cada 6 horas: o cateter da DVE está devidamente fixado na cabeça do paciente? O sistema está corretamente aberto para permitir a drenagem do líquor? Em caso de não haver drenagem de LCR, apesar do sistema estar corretamente montado: o ventrículo pode estar colapsado ou o cateter mal posicionado informar o médico plantonista, pois se trata de uma urgência;

37- Após a remoção do curativo, para minimizar a colonização de bactérias próximo à ferida cirúrgica, limpe a área ao redor dos locais cirúrgicos com solução fisiológica e passar clorexidina aquosa a 1% três vezes ao dia durante três dias.

Recomendação para Antissepsia

Antissepsia das mãos da equipe cirúrgica com antisséptico degermante à base de Polivinilpirrolidona-iodo a 10%; (PVP-I) ou Clorexidina a 2% (GHG) – toda a equipe cirúrgica.

Preparo da pele da equipe cirúrgica, tem como finalidade à redução do número de bactérias.

  • Remover todos os adornos das mãos e antebraços como: anéis, relógios e pulseiras, antes de iniciar a antissepsia das mãos;

  • É proibido o uso de unhas artificiais;

  • Manter unhas curtas;

  • Atualmente, quase todos os estudos desencorajam o uso de escovas, que não são mais recomendadas para preparação pré-operatória das mãos, uma vez que a utilização de esponja descartável reduziu a contagem bacteriana nas mãos tão eficazmente quanto esfregar com uma escova. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda o uso de escovas para essa finalidade devido a seu efeito abrasivo.

Técnica
 

Abrir a torneira, molhar as mãos, antebraços e cotovelos;

  1. Recolher, com as mãos em concha, o antisséptico Degermante de Clorexidina a 2% ou 4% espalhar nas mãos, antebraço e cotovelo. No caso de esponja impregnada com antisséptico, pressione a parte da esponja contra a pele e espalhe por todas as partes;

  2. Limpar sob as unhas com esponja sob a água corrente;

  3. Friccionar as mãos, observando espaços interdigitais e antebraço por no mínimo 2 minutos, mantendo as mãos acima dos cotovelos;

  4. Enxaguar as mãos em água corrente, no sentido das mãos para cotovelos, retirando todo resíduo do produto. Fechar a torneira com o cotovelo, joelho ou pés, se a torneira não possuir foto sensor. Secar as mãos com compressas estéreis.

A qualidade da água do Centro Cirúrgico, deve ser assegurada para não ocorrer contaminação das mãos.

Degermação do sítio cirúrgico
  • Em relação a degermação do campo operatório, caso seja necessária se recomenda a seguinte sequência:
  • Umedecer a pele com solução fisiológica a 0,9% .
  • Friccionar a clorexidina degermante a 2% abrangendo área ampla e adjacente ao local da incisão.
  • Remover o resíduo com solução fisiológica a 0,9% estéril.
  • Após a degermação do sítio cirúrgico, realizar a antissepsia no campo operatório no sentido centrífugo circular (do centro para a periferia) e ampla o suficiente para abranger possíveis extensões da incisão, novas incisões ou locais de inserções de drenos, com solução alcoólica de PVPI -10% , com 1% de iodo livre ou solução alcoólica de clorexidina a 2% . Após, aplicar a solução alcoólica deixar secar naturalmente por evaporação.

Vale salientar que na literatura atual não há consenso entre se usar clorexidina ou PVP-I alcoólico na antissepsia do campo operatório, com a finalidade de prevenir Infecção do Sítio Cirúrgico. Entretanto, a maioria da literatura recomenda usar em procedimentos cirúrgicos a solução de clorexidina alcoólica a 2%, por meio de fricção e aguardar a secagem do produto para proceder à incisão.

Nota 1: não usar nenhum produto a base de álcool ou Clorexidina nos olhos ou ouvido, pois pode levar lesão de córnea e tímpano.

Nota 2: Se a cirurgia for realizada em membranas mucosa, usar a solução antisséptica aquosa de Clorexidina a 2% ou Solução aquosa de PVP-I a 10% com 1% de Iodo livre.

Nota 3: Ao se usar solução de Clorexidina aquosa ou alcoólica em cirurgia onde haverá contato com meninges ou cérebro deixar secar completamente, para evitar aracnoidite.

Nota 4: os dispositivos de DVE impregnados com antibióticos podem diminuir o risco de infecções por diminuir a colonização por bactérias gram-positivas. Mas ainda é um tema controverso.

Referências

  • Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – HUCFF. Controle de Infecção Hospitalar. Cuidados ao Paciente com Cateter Implantado no Sistema Nervoso Central para Derivação Ventricular Externa em Unidade de Terapia Intensiva. CCIH – Serviço de Neurocirurgia. 2019.
  • Matheus Fernando Manzolli Ballestero e Ricardo Santos de Oliveira. CUIDADOS COM A DERIVAÇÃO VENTRICULAR EXTERNA. https://sbnped.com.br/pt/protocolos/382-cuidados-com-a-derivacao-ventricular-externa
  • Ana Karina Silva daRocha Tanaka et al.Manual de orientações sobre cuidados de Enfermagem com pacientes em uso de Derivação Ventricular Externa e Monitorização da Pressão Intracraniana / – Porto Alegre: UFRGS, 2021.
  • JMPL Magalhães et al. Cuidados de enfermagem na manipulação do cateter de DVE e PIC através do relato de um caso clínico Brazilian Journal of health Review, Curitiba, v. 3, n. 5, p. 15243-15252 set./out. 2020.
  • EBSERH- UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO. CUIDADOS DE ENFERMAGEM A PACIENTES EM USO DE DERIVAÇÃO VENTRICULAR EXTERNA (DVE). 18/09/2020. POP. DE.035 – Página 1 de 8.
  • Antonella Carvalho de Oliveira et al. Gerenciamento de Serviços de Saúde e Enfermagem. Editora Atena – ano 2021.

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