Nesta terça-feira (12), o diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, concedeu entrevista ao programa CB.Poder, do Correio Braziliense, e fez um balanço das principais ações realizadas em sua gestão. Ele assumiu a presidência do Instituto em abril e desde então, segue com a implementação da Governança Clínica, modelo de gestão de saúde britânico, que tem como objetivo solucionar problemas com agilidade e transparência.
Dentre os pilares da Governança Clínica estão: auditoria clínica de governança; eficiência e efetividade; gestão de pessoas; transparência e responsabilidade; gestão de risco; pesquisa operacional; e pesquisa prática. De acordo com o gestor, o primeiro passo foi mapear todos os setores para analisar as necessidades e possíveis melhorias a serem implementadas.
“Foi analisado todo o cenário encontrado, como, salas cirúrgicas fechadas, falha na comunicação assistencial, crises nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)”, destacou o diretor-presidente. Através do mapeamento, foram feitas ações como a reabertura de leitos, potencializando a capacidade operacional e de internação.
Somente em sua gestão foram abertos 76 leitos, sendo 60 de enfermaria, oito leitos de UTI coronariana, destinada para pacientes de alta complexidade e foi criada uma UTI pediátrica com oito leitos.
Além disso, também foram reabertas seis salas cirúrgicas. “Encontramos o Hospital de Base com nove salas cirúrgicas funcionando, agora são 15. Isso só aconteceu na inauguração do hospital, e nos orgulha muito esse feito. Ainda iremos abrir outra sala cirúrgica, serão 16 no total, como nunca ocorreu antes”, explicou Cavalcante.
Referência
O gestor destacou a importância do Hospital de Base para o DF, pois é um reduto para a formação de grandes profissionais. Também destacou que é o único hospital que tem condições de receber um paciente de trauma, tendo todas as equipes de alta complexidade de plantão disponíveis e prontos para atender 24 horas.
Dentre os feitos da gestão de Cavalcante está a força-tarefa de cirurgias oncológicas, que ocorreu em parceria com a Secretaria de Saúde e o Hospital Universitário de Brasília (HUB). Eram mais de 700 pacientes aguardando na fila e por conta da facilidade de contratação rápida, o Iges-DF conseguiu contratar diversos oncologistas e com cerca de um mês e meio a fila foi zerada. “Somos SUS e recebemos pacientes oncológicos de todo o Brasil, com grande concentração do Nordeste e região Centro-Oeste”, afirmou.
Ao ser questionado como ele se sentiu após os elogios recebidos pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ao Iges-DF, o diretor-presidente respondeu que foram desenvolvidas ferramentas de transparência para que os órgãos de controle vejam os resultados do trabalho realizado pelo Instituto. “Um elogio do Ministério Público muito nos orgulha, temos diálogo e com isso, conseguimos mudar nossa forma de contratação”, respondeu.
Também destacou as ferramentas de controle de contratos. “A ideia é mitigar contratos emergenciais. Além disso, somos o primeiro hospital do Centro-Oeste a desenvolver rastreabilidade de medicamentos, começou em Santa Maria e com isso, é possível monitorar estoques e ter previsibilidade de compra”, explicou.
Por fim, o gestor destacou que o Instituto é um complemento para a Secretaria de Saúde, que é necessário, pois muitas vezes é preciso comprar insumos e medicamentos de maneira rápida, contratar pessoal e assim, gerar um sistema mais rápido, transparente, eficiente e efetivo. “Como temos essa possibilidade de contratar rápido, tivemos um reforço de mais de 1.500 profissionais da área assistencial, com reposição do quadro para abarcar as necessidades, principalmente em áreas deficitárias, focando sempre na saúde dos colaboradores, para que todos trabalhem felizes”, concluiu.