Em entrevista o médico infectologista do Hospital de Base do Distrito Federal, Dr. Tazio Vanni, esclarece os aspectos da dengue, uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Com quatro sorotipos distintos, a dengue pode se manifestar de formas diversas, desde sintomas leves até casos graves que demandam cuidados intensivos.
A dengue é classificada como um arbovírus, e seu vetor principal, o mosquito Aedes aegypti, é responsável pela transmissão da doença. Segundo o Dr. Tazio Vanni, “eles podem circular no mesmo momento, numa determinada sazonalidade, na época do ano, ou podem circular com a predominância de um sobre o outro.” Isso significa que a presença simultânea de diferentes sorotipos pode ocorrer, ampliando o desafio no controle da doença.
Os sintomas comuns incluem febre, erupções cutâneas, dores de cabeça e articulações, além de epidemia conjuntival. Em casos mais graves, anteriormente denominados como dengue hemorrágica e agora referidos como dengue grave, há manifestações de sangramento e hipotensão, exigindo cuidados intensivos em unidades de terapia intensiva (UTIs).
No que diz respeito ao tratamento, ao contrário de algumas outras doenças virais, como a COVID-19 e a influenza, ainda não existe um antiviral específico para a dengue. O especialista destaca que “usamos as medidas usuais para a doença febril, como hidratação, repouso, entre outras, e, em um quadro grave que necessita de cuidados intensivos, todas as medidas usuais no ambiente de UTI.”
Quanto a possíveis intervenções futuras, o especialista expressa otimismo, mencionando que “temos expectativa de que novas ferramentas sejam aprovadas para a utilização em pacientes com dengue, mas essas ferramentas ainda precisam passar por testes e estudos.”
“O combate à dengue exige uma abordagem integrada da comunidade e das autoridades de saúde. É crucial entender que, embora ainda não tenhamos um tratamento específico, a prevenção continua sendo nossa principal arma. A eliminação de criadouros do Aedes aegypti e a conscientização sobre medidas simples de proteção são fundamentais para controlar essa ameaça,” conclui o médico.
Dicas de Prevenção:
Elimine recipientes que acumulem água parada, local propício para a reprodução do mosquito.
Utilize repelentes e vista roupas adequadas, especialmente durante o período de maior atividade do mosquito.
Instale telas em janelas e portas para evitar a entrada do Aedes aegypti.
Mantenha caixas d’água vedadas e limpas.
Colabore com ações de controle promovidas pelas autoridades locais.
Fique atento aos sintomas e adote medidas preventivas para combater a proliferação da dengue, uma ameaça que, mesmo sem tratamento específico, pode ser controlada com ações simples e conscientização da população.