Nos dias 26 e 27 de setembro, o Auditório da Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa (DIEP) recebeu o curso “Eletrocardiograma na Prática”, voltado para enfermeiros e estudantes de enfermagem. Com quase 700 pedidos de inscrição para 140 vagas disponíveis, o evento destaca a importância da capacitação na interpretação do eletrocardiograma (ECG) para o diagnóstico precoce do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), uma condição que exige identificação rápida para aumentar as chances de sobrevivência do paciente.
O curso foi ministrado por Renata Paiva, enfermeira residente no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) em Urgência e Emergência. Segundo ela, na graduação, por muitas vezes, a prática com o ECG é falha e por essa razão, o curso tem muita procura por parte dos estudantes e enfermeiros. “Esse treinamento, com a aula prática, ajuda muito a compreender pontos mais complexos a se identificar do ECG”, explica.
Com o apoio da enfermeira Ana Paula Lustosa, do Núcleo de Educação Permanente do IgesDF, o curso seguiu os protocolos da Sociedade Brasileira de Cardiologia e o Protocolo Institucional da unidade. De acordo com Ana Paula, “o núcleo faz parte da Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa e estamos comprometidos com a capacitação de nossos profissionais para garantir uma assistência de qualidade”.
O curso abordou temas cruciais como a realização prática do ECG e a interpretação de arritmias. “Os participantes aprenderam a identificar arritmias e alterações no segmento ST, como supra de ST e infra de ST, que são indicativos de problemas coronarianos, como o infarto agudo do miocárdio”, explica Ana Paula.
Ana Paula explica a importância da identificação desses casos em um ECG. “A identificação do Infra desnivelamento de ST pode indicar que o coração não está recebendo sangue suficiente, sugerindo isquemia, que é como se o coração estivesse ‘sofrendo’ por falta de oxigênio. Isso pode acontecer durante uma angina, por exemplo. Já o supra desnivelamento de ST é mais grave e pode indicar que uma parte do coração está realmente ‘morrendo’ por falta de oxigênio, o que é comum em um infarto agudo do miocárdio”, explica.
O curso combinou uma parte teórica inicial com exercícios práticos, onde os participantes tiveram a oportunidade de praticar em ECGs reais e discutir os traçados em grupo. Um voluntário também fez parte de uma simulação da realização de um ECG, com a realização do protocolo passo a passo para a realização do exame. Essa metodologia visa garantir que os alunos desenvolvam habilidades essenciais para a realização e análise do exame.
De acordo com Ana Paula, “após o curso espera-se que os participantes estejam aptos a realizar o ECG com segurança e a identificar anomalias, possibilitando intervenções precoces e, assim, melhorando o atendimento emergencial”. Aécio Donizetti é enfermeiro e professor de enfermagem e sempre se inscreve nos cursos oferecidos pela DIEP. “Ter esses cursos de atualização, de complementação, é fundamental para todo profissional”, conclui.