Preocupante para os pais e causadora de desconforto nas crianças, a asma é a doença crônica mais comum na infância e uma das principais causas de atendimento em emergências pediátricas. Nos primeiros anos de vida, pode ser confundida com várias outras doenças.

Com o início da sazonalidade das doenças respiratórias, muitas crianças têm chegado ao pronto-socorro pediátrico do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) com crises agudas de asma. A doença é uma condição em que as vias aéreas ficam inflamadas, causando inchaço e estreitamento, dificultando a respiração. Ela afeta os pulmões, especificamente os brônquios, que conduzem o ar até os pulmões. O estreitamento desses canais provoca crises que, em situações severas, podem levar à falta de oxigênio nos tecidos e, em casos extremos, ao óbito.
“A asma tem uma forma de apresentação heterogênea, mas é caracterizada pela inflamação crônica das vias aéreas. No geral, inicia-se nos primeiros anos de vida. É chamada assim a partir dos 6 anos e, antes dessa faixa etária, alguns autores e médicos costumam se referir a ela como sibilância ou bronquite”, explica o infectologista pediátrico do HRSM, Pedro Bianchini.

Segundo ele, os sintomas mais comuns são respiração curta e rápida, falta de ar e chiado no peito (sibilos). Além disso, os vírus respiratórios desempenham um papel crucial na exacerbação das crises, pois promovem a hiperreatividade brônquica e o processo inflamatório.
“Outros agentes, como a poluição, o tabagismo passivo e alérgenos, também desempenham um papel relevante nessas crises. Um histórico familiar de asma é outro fator que predispõe à doença”, acrescenta o especialista.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a doença afeta aproximadamente 300 milhões de pessoas de todas as idades no mundo. No Brasil, estima-se que haja cerca de 20 milhões de asmáticos, com alta prevalência entre crianças e adolescentes, chegando a uma taxa próxima de 20% em algumas regiões urbanas.

De acordo com Bianchini, como a asma é uma doença de evolução crônica, o primeiro passo é obter um diagnóstico correto, realizado em avaliações com o pediatra. O diagnóstico preciso das crises, assim como o tratamento – tanto para o momento da crise quanto para o controle da doença a longo prazo –, é geralmente conduzido pelo pediatra, podendo envolver, em um segundo momento, a avaliação de um pneumologista ou alergista pediátrico, se necessário.
“As orientações sobre mudanças de comportamento e o uso de medicações específicas para reduzir o número e a intensidade das crises devem ser feitas pelo pediatra, com ajustes frequentes, dependendo da evolução do quadro. O acompanhamento constante da criança também é fundamental”, conclui o especialista.
Nos casos de crises, a recomendação é buscar atendimento nas unidades de saúde.