No DF, estima-se que aproximadamente três mil pessoas sofram com o problema, sendo a maioria mulheres
Nesta sexta-feira (10), é celebrado o Dia Mundial do Lúpus, uma doença de difícil diagnóstico e que pode levar ao óbito. A estimativa é de que uma pessoa em cada grupo de mil sofra com o problema. No Hospital de Base, há Ambulatório de Lúpus Base que conta com quatro médicos e quatro residentes. Criado em 2002, o espaço foi o primeiro fundado no Centro-Oeste específico para o acompanhamento dessas pessoas. Ao todo, 1,2 mil pacientes com a doença são assistidos. São 60 consultas por semana.
O reumatologista responsável pelo Ambulatório de Lúpus do Hospital de Base, Carlos Lins, explica que 90% das pessoas afetadas pelo lúpus são do sexo feminino. “São mulheres em pleno vigor da vida que são comprometidas por essa doença. Dependendo da pessoa, pode ter uma evolução relativamente benigna ou ser muito grave. A doença é autoimune, ou seja, o próprio sistema de defesa que protege contra infecções se engana e começa a atacar o próprio corpo”, alertou o médico.
Segundo ele, o lúpus causa inflamação e pode comprometer todas as estruturas do corpo. Os sinais mais frequentes são problemas nas articulações, manchas vermelhas na pele que pioram com a exposição ao sol, principalmente, em locais como como rosto, braços e pescoço. Há, ainda, queda de cabelos, febre, perda de peso.
“O lúpus também pode causar problema no pulmão, no coração, nos rins, no cérebro, no sangue, o que torna a doença bem mais grave nesses casos. Além disso, essa é uma a doença de difícil diagnóstico, já que precisa de uma série de exames para confirmação da doença”, disse.
A doença pode causar problemas psiquiátricos, Acidente Vascular Cerebral (AVC), paralisia, problemas na válvula do coração. Se não tratada, pode matar rapidamente. “O problema nos rins é o mais grave e atinge 50% dos pacientes com lúpus. Pode levar à perda dos rins e, com isso, a pessoa necessitar de hemodiálise ou transplante”, complementou.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – O diagnóstico não é simples, porque mão existe um exame específico que confirme a doença. O médico precisa fazer a combinação de sintomas, manifestações clínicas e exames.
Já o tratamento é definido individualmente e feito para combater a inflamação. São usados medicamentos para controlar a dor, corticoides e drogas imunossupressoras para paralisar a doença.
Texto: Ailane Silva/Iges-DF
Fotos: Davidyson Damasceno/Iges-DF