Obesidade infantil: especialista do HRSM reforça o papel da família na educação alimentar

Obesidade infantil: especialista do HRSM reforça o papel da família na educação alimentar

A data visa alertar sobre os riscos e cuidados essenciais no combate da doença crônica

Autor: Alexandra Lucas

Nesta quinta-feira, 1º de junho, é o Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil. A data visa alertar a população sobre os riscos e cuidados essenciais no combate da doença crônica. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) mais de um bilhão de pessoas no mundo são obesas, sendo que 39 milhões são crianças.

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, podendo levar a problemas graves e crônicos de saúde. Desde diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão até acidente vascular cerebral e várias formas de câncer. A OMS ainda estima que, até 2025, aproximadamente 167 milhões de pessoas ficarão menos saudáveis por estarem acima do peso ou obesas.

No Hospital Regional de Santa Maria — HRSM, o ambulatório de endocrinologia registrou, de janeiro a abril de 2023, 435 atendimentos. Sendo que março foi o mês que obteve o maior número, resultando em 129 atendimentos.

Para a gerente de Medicina Interna do HRSM e endocrinologista, Alessandra Martins Neves, a obesidade é um problema de saúde pública, principalmente a obesidade infantil, ocasionada por vários fatores. Desde inclinação genética, hábitos alimentares não saudáveis, estilo de vida e até problemas psicológicos. “A conscientização para evitar a obesidade infantil deve começar desde cedo com o empenho familiar para oferecer à criança alimentos corretos, um bom estilo de vida, incentivando o hábito de realizar atividades físicas”, explicou.

É fundamental que a criança não se torne sedentária e a especialista também alerta para o uso da tecnologia atrelada à obesidade infantil. “Devido ao avanço tecnológico, televisão, jogos eletrônicos, internet, computador, as crianças ficam muito limitadas à vida dentro de casa e sem o hábito de fazer o que uma criança tem que fazer: jogar bola, brincar, correr”, reiterou Neves.

Além disso, para se evitar a obesidade, a recomendação é manter um estilo de vida saudável, com alimentação rica em nutrientes, fibras e com baixo teor de gorduras saturadas, açúcares e sal. A realização de atividades físicas regulares, conforme a necessidade e capacidade individual é imprescindível. Segundo a especialista, a exposição da criança a açúcares, doces, alimentos ultraprocessados só pode ocorrer após os dois anos. “Porque a exposição antes dessa idade pode levar à obesidade infantil no decorrer da vida infantil e da adolescência”, explicou.

A conscientização e a educação familiar estão atreladas aos limites de determinados alimentos para a criança. Por ser necessário que sejam consumidos em quantidades e frequências menores. A conscientização precisa começar no lar e a família pode exercer influência em relação ao consumo de determinados alimentos pela criança. “É importante que a gente possa sempre conversar e a família se conscientizar de que é um ponto principal no tratamento”, disse a médica.

Em relação ao diagnóstico da obesidade infantil, é feito por meio de gráficos, tanto para crianças abaixo de dois anos quanto entre dois e cinco anos ou acima dos cinco anos. “Nós temos gráficos em que a gente observa tanto a idade, peso para idade e altura. Tudo isso a gente avalia levando ao diagnóstico da obesidade infantil”, complementou. Além de alteração frequente de peso, sob observação familiar.

O especialista a ser procurado é o endocrinologista pediátrico com acompanhamento voltado para a orientação da família, a fim de diminuir o casos em que a obesidade é levada para a vida adulta. “É importante que desde o início a criança seja acompanhada durante esse processo”, finalizou Neves.

Edição: Renata Nandes

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