Referência nacional em saúde pública, o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) busca aprimorar e dobrar o tratamento radioterápico de pacientes com câncer. Para tanto, busca recursos para preparar a aquisição e instalação ainda neste ano de dois equipamentos de alta tecnologia — um acelerador linear e um de braquiterapia. Esses aparelhos são usados para destruir tumores e evitar a formação de células da doença com emissão de radiação, respectivamente, de fora e por dentro do corpo humano.
Tais equipamentos devem constar da agenda de prioridades para a obtenção de recursos via emenda parlamentar que está sendo montada pelo IgesDF e pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Câncer, cujo presidente, o deputado distrital Eduardo Pedrosa (União Brasil) visitou o HBDF no dia 1º deste mês. O relatório da Frente está sendo concluído com a definição dos itens mais relevantes.
Com a aquisição desses novos equipamentos, o Hospital de Base deve se consolidar como uma referência em radioterapia na região Centro-Oeste, sob a administração do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde no Distrito Federal — IgesDF. Os avanços tecnológicos vão permitir um tratamento mais preciso e eficaz, garantindo maior qualidade de vida e melhores resultados aos pacientes que necessitam desse tipo de terapia.
“O Serviço de Radioterapia do Hospital de Base irá assumir papel importante em qualidade, história e compromisso com a população”, prevê a gerente de Apoio Diagnóstico e Terapêutico, a enfermeira Elaine Araújo.
Demanda crescente
Uma das aquisições previstas, um acelerador moderno, é um tipo de equipamento desenvolvido para emitir radiação em tratamentos que visam combater ou diminuir o desenvolvimento do câncer. O aparelho trabalha gerando uma forma de radiação ionizante, que é direcionada, com alta tecnologia, para a área onde está localizado o tumor.
Com a capacidade ampliada, o Hospital de Base poderá tratar aproximadamente 1.000 a 1.200 pacientes por ano utilizando radioterapia. Essa melhoria na capacidade de atendimento é de extrema importância para a região, visto que a demanda por esse tipo de tratamento tem crescido significativamente nos últimos anos.
Segundo o chefe da Radioterapia do HBDF, Rafael Spindola Camargo Silva, a sala destinada a receber esse aparelho já está praticamente pronta, necessitando ainda de adaptações. Além disso, os esforços para a obtenção de recursos também para o outro aparelho estão em andamento.
“Atualmente, a Radioterapia do Hospital de Base atende cerca de 30% da demanda do Distrito Federal. Com a introdução do novo aparelho, esse número saltará para 60%, o que representaria um grande avanço no tratamento de pacientes que necessitam dessa modalidade terapêutica”, afirmou.
Esse modelo de tratamento é aplicável em diversos tipos de tumores e podem ser usados juntamente à quimioterapia, proporcionando um efeito ainda mais eficaz, dependendo, é claro, da gravidade da doença. Vale lembrar que o tratamento feito por radioterapia ou radiocirurgia age diretamente no tumor sem precisar de cortes, garantindo ainda mais conforto e menos efeitos colaterais aos pacientes.
Gargalo na mira
Além da aquisição de um acelerador linear moderno, a equipe de Radioterapia também está planejando a instalação de um equipamento de braquiterapia em uma sala específica. Essa modalidade terapêutica, que já foi um gargalo para o Distrito Federal, será beneficiada pela nova estrutura em desenvolvimento, ampliando ainda mais as opções de tratamento oferecidas aos pacientes.
A braquiterapia é um tipo de “radioterapia interna”, um tratamento local para apenas uma parte específica do corpo. Enquanto a radioterapia emite radiação de uma fonte externa para o corpo, a braquiterapia consiste na emissão de radiação por uma fonte colocada dentro do corpo em contato com o tumor.
O chefe de Radioterapia avaliou que a busca ativa pelos recursos necessários para a aquisição desses equipamentos demonstra o comprometimento da equipe médica e administrativa do hospital em oferecer o melhor tratamento possível à população.
Pesquisa de satisfação
Em pesquisa de satisfação, realizada pelo Serviço de Radioterapia, no mês de maio, com 21 pacientes, foram registrados vários elogios aos profissionais de saúde, mesmo diante da expectativa da necessidade de aquisição das novas máquinas.
Um deles, o paciente oncológico F.C.G, deu nota 10 ao atendimento e justifica: “…Só tenho a agradecer, excelente atendimento, respeito por parte dos profissionais”.
M.E.A., uma paciente recuperada, respondeu à pesquisa também com nota máxima elogiando a qualidade dos serviços recebidos e mostrou gratidão: “Quero agradecer o carinho com que vocês me trataram. Que Deus os abençoe. Cada um. Vocês me ajudaram a vencer o câncer! Obrigada.”
Outro paciente recomendou:”Deveria ter mais aparelhos para diminuir a fila de espera na radioterapia”.