“Governança Clínica precisa da participação de todos”, afirma o presidente do IgesDF

“Governança Clínica precisa da participação de todos”, afirma o presidente do IgesDF

Juracy Cavalcante convida colaboradores a enviar sugestões, seguindo o modelo adotado pela gestão iniciada em abril

Abnor Gondim

O modelo de gestão denominado Governança Clínica precisa do envolvimento de todos os colaboradores das unidades administradas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal — IgesDF.

Esse convite foi reiterado nesta quinta-feira (29), pelo presidente do IgesDF, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, durante o talk show sobre Governança Clínica que foi transmitido ao vivo pelo canal da instituição no Youtube. Esse talk show foi considerado o líder em audiência entre os promovidos pelo Instituto. A íntegra do evento está disponível AQUI.

“A Governança Clínica, como a gente colocou inicialmente aqui, ela precisa da participação de todos”, afirmou Juracy, ao convidar os colaboradores. “Então, para quem nos assistiu, nos envie sugestão, falar assim: ‘Eu acho que se fizesse um workshop’. Nós estamos aqui para somar, e as nossas decisões são consensadas, não  são decisões unilaterais”.

Criação britânica pós-guerra

Recomendou aos colaboradores que procurem seus chefes para encaminhar sugestão. “Então, os colaboradores podem se sentir à vontade, procurem o seu gestor e falem o que querem aprimorar, conhecer um pouco mais, que a gente monta pequenos workshops para ter um entendimento maior”, acrescentou.

O evento on-line foi organizado para o lançamento desse modelo de gestão adotado pela diretoria do IgesDF, cujo presidente tomou posse no dia 13 de abril.

Ao abrir o evento, Juracy contou que o modelo de saúde britânico foi criado após 2ª guerra mundial . Hoje não há de se pensar em gestão da saúde sem se pautar na A Governança Clínica. Criada, em 1997, pelo sistema de saúde Britânico por uma necessidade de buscar uma serviço com melhor excelência da operação.

Também participaram do evento como apresentadores o superintendente do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), Bruno Sarmento, e o superintendente da Qualidade e Melhoria de Processos do IgesDF, Clayton Sousa de Lima.

Santa Maria: categorização de internados

O superintendente de Qualidade destacou que há uma série de exemplos práticos de iniciativas de Governança Clínica acontecendo no IgesDF. Citou que, no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), já foi iniciada a implantação do DRG, uma sigla em inglês de metodologia de categorização de pacientes internados em hospitais, de acordo com sua complexidade assistencial.

Clayton Lima adiantou que, na próxima semana, serão implementados no HBDF melhorias de processos em endoscopia, área que concentra uma fila de 21 mil pacientes na rede pública do DF, conforme relatório divulgado nesta semana pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Disse ainda que está em andamento a criação de processo de certificação de qualidade das 13 unidades de pronto atendimento — UPAs, que são administradas também pelo IgesDF, além de creditação do HBDF e do Hospital Regional de Santa Maria — HRSM.

Aconselhou que todos os colaboradores saibam que esse processo representa uma jornada. “Governança Clínica não é apenas virar uma chavinha. Essa estratégia demora, é tempo dependente, pois mexe com cultura organizacional. Estamos falando de uma instituição de quase 10 mil colaboradores. Então demora, mas a gente já começou — e isso é o importante”.

Alta Compartilhada e Giro de Leitos

Por sua vez, o gestor do HBDF afirmou que, apesar de muitos colaboradores já conviverem com o conceito da Governança Clínica, o evento on-line trouxe a oportunidade de um contato mais concreto com uma perspectiva real.

“A gente está aqui ocupando a superintendência [do HBDF] para apoiar, remover obstáculos, abrir caminhos, identificar líderes e também aprendermos com o processo, nos desenvolvermos enquanto gestores de saúde também na parte essencial”.

Segundo o superintendente do HBDF, há dois projetos delineados pela Governança Clínica. Um deles é o projeto que a gente batizou de Alta Compartilhada e Segura, a cargo das equipes de enfermagem e multidisciplinar.

“A gente deve começar no dia 17 o piloto na Neurocirurgia, no terceiro andar [do prédio de internação do HBDF], e também seguiremos em onda até chegar ao 11º andar [o mais alto da área de internação], de forma a garantir a continuidade do cuidado”, detalhou.

O outro projeto mencionado pelo superintendente está em fase de definição do diagnóstico. É o Giro de Leitos/Desospitalização. “Esses são os dois projetos que nós queremos entregar em 2023 para o Iges, para o Hospital de Base e para a sociedade também”, projetou. O evento foi classificado por Sarmento como o “pontapé inicial” da Governança Clínica no IgesDF.

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