Meses frios devem ser aquecidos com o calor dos que trabalham para cuidar da vida dos outros, inclusive de cidadãos desconhecidos que às vezes não têm nenhum pedaço de pano para se cobrir. Aí reside o principal motivo da campanha “Doar agasalhos é um de amor: seja solidário!”, que desde junho vem arrecadando doações em cobertores e roupas junto aos 9.000 colaboradores do Hospital de Base do Distrito Federal, do Hospital Regional de Santa Maria e de 13 Unidades de Pronto Atendimento — UPAs.
Essa é a segunda iniciativa voluntária promovida, na época mais fria do DF e Entorno, pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal — IgesDF. Visa esquentar o viés voluntário de cada um de seus 9 mil colaboradores, lotados na sede do órgão e nas 15 unidades de saúde pública sob a sua administração. É para esquentar a corrente de doações que precisa subir quando a temperatura despenca a 12 graus ou menos.
Nesta semana, houve a conclusão da etapa de coleta de doações em todas as unidades geridas pelo Instituto, conforme o cronograma de atividades da campanha, que foi elaborada e desenvolvida pela Assessoria de Comunicação — Ascom — do IgesDF. Até a próxima terça-feira (18), acontece nas unidades o evento Varal do Frio, com a distribuição das doações a quem mais precisa. Especialmente de proteção e afeto.
Frio que desperta
Nesta quarta-feira (12), os colaboradores da UPA Gama desarregaçaram as mangas para realizar o Varal do Frio, com a exposição e distribuição de várias doações arrecadadas por parte daqueles que sabem como o frio dói na região. A ação acontecerá também no dia 18, no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
Gama e Santa Maria são cidades vizinhas situadas em região tradicionalmente bastante fria principalmente em julho. “O que vem na cabeça da gente para participar é a satisfação de ajudar o próximo”, afirma a dentista Lya Nogueira, 27 anos, que há três anos trabalha no HRSM. “Há muito frio, e aí a gente vê a necessidade das pessoas”, reforça.
Quem impulsionou Lya a participar da campanha o Varal do Evento, a enfermeira Heliane Cardoso, 44 anos, que também preside a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes — Cipa — do HRSM.
“Abraçamos essa causa por conta da importância de colaborar”, avaliou, com o respaldo de ter montado várias caixas para as doações. “Por exemplo, a gente vê no Pronto-Socorro muitos pacientes em situação de vulnerabilidade. São moradores de rua, drogados, sujos, sem documentos, sem nada. Eles precisam contar com a solidariedade e o calor humano”.
O voluntarismo eleva o tom do verbo doar nas unidades administradas pelo IgesDF, como também aconteceu na UPA Samambaia, onde a campanha também contou, com integrantes da Cipa. Eles mergulharam a fundo na ação voluntária, inclusive criando camisetas com a logomarca da própria Cipa. Outras unidades preparam eventos semelhantes. Mas antes, durante e depois da campanha, doações são sempre bem-vindas.
Com a campanha do agasalho, a Ascom buscou animar o DNA da solidariedade que corre nas veias da grande maioria dos brasileiros, um dos povos mais solidários do mundo. Pesquisa internacional coloca que o Brasil está entre os 20 países mais solidários. Há quatro anos o país tem aparecido em posições melhores no levantamento do World Giving Index. Em 2021/2022, saltou do 54º para a 18º lugar entre 119 países pesquisados. Afinal, no Brasil, quem participa e quem não participa de ações voluntárias sabem muito bem: fazer o bem faz bem.