Todos os dias, inclusive aos fins de semana e feriados, integrantes da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília iniciam o café da manhã dos pacientes que são atendidos no Corredor 5 do Ambulatório do Hospital de Base (HB), por volta das 9h. No lanche da tarde, às 16h, a ação é repetida no jardim da unidade de saúde, desta vez para os acompanhantes. Com cada kit, que costuma incluir café, pão com manteiga e biscoitos, vai um ingrediente invisível transmitido nos gestos das voluntárias: solidariedade.
Há oito anos, Rosinha Araújo dedica-se não apenas a alimentar o público do HB, mas a oferecer atenção e apoio a quem precisa. “Cada pessoa que está aqui dentro tem uma história que merece ser respeitada e ouvida”, destaca a voluntária. “Nosso café da manhã nos permite mostrar que todos são importantes e fazem a diferença”, acrescenta.
A divisão de turnos para a ação voluntária tem um motivo, explica Rosinha. “Muitos pacientes chegam ao Hospital de Base para receber atendimento logo cedo e saem de casa sem comer nada. Outros gastam todo o dinheiro com a passagem”, diz, sobre o café da manhã.
Já no horário da tarde, a iniciativa permite aos acompanhantes uma alimentação no meio do dia. “Como o hospital já oferece almoço e jantar, a gente dá o lanche, que fica entre as duas refeições”, justifica Rosinha. “Também é uma forma de entreter essas pessoas e de ajudá-las a superar a caminhada dentro do hospital.”
Força para seguir em frente é o que significa a ação da Rede Feminina para Maria das Graças Rezende. Há três meses, a professora de 58 anos acompanha o marido durante o tratamento de leucemia no Hospital de Base. “Esses momentos de intervalo, aqui no jardim, nos trazem energia, segurança e palavras de conforto”, disse, enquanto tomava seu café na tarde desta terça-feira (23).
Quem também aproveitou para espairecer e recuperar as energias foi Lídia Spíndola, 44 anos, que faz companhia ao genro, paciente oncológico do HB. “Achei muito bonita a atitude dessa equipe voluntária. Em um momento em que nos sentimos tristes, sozinhos, sem ter com quem conversar, esse gesto demonstra carinho e cuidado.”
Retorno da atividade
O café da manhã e o lanche da tarde ocorrem desde a fundação da Rede Feminina, há 22 anos. Por meio de doações, o grupo oferece cerca de 170 lanches no Hospital de Base por dia. Esse número chegava a 200 antes da pandemia. “No ano passado, por conta da covid-19, tivemos que suspender a entrega. Agora, com os nossos voluntários vacinados, estamos voltando aos poucos as atividades”, informa Rosinha.
Como ajudar a Rede Feminina
A Rede Feminina de Combate ao Câncer é uma instituição sem fins lucrativos e atua no Hospital de Base desde 1996. Voluntários oferecem apoio emocional e orientações sobre o tratamento contra o câncer.
O grupo recebe contribuições diversas, como roupas, calçados, brinquedos, livros e cestas básicas. Doações em dinheiro podem ser feitas por transferência bancária para a agência nº 4595-0, conta corrente nº 11.310-7 (Banco do Brasil). Mais informações pelo (61) 3364-5467 ou pelo (61) 98580-4019.