Davidyson Damasceno/IgesDF
Cerca de 10 mil pacientes passam pela recepção do ambulatório do Hospital de Base toda semana. Em dias mais movimentados, o setor chega a receber duas mil pessoas, entre pacientes e acompanhantes. Muitos deles chegam apreensivos, sem saber onde devem ir, ou mesmo debilitados por alguma enfermidade. John Santos, 41 anos, fica na porta. Muito mais do que para identificar os visitantes, John está lá acalmando, acolhendo e até alegrando os pacientes e seus familiares. “Bom dia, princesa! Bom dia, moço bonito! Entra por aqui e vai até aquele guichê. Cadê a máscara? Sua consulta é no consultório 12, basta seguir a linha verde. E esta criança linda? Leva no pediatra, pega a senha naquele guichê, vai ser mais rápido!”
Assim ele vai recebendo um a um. Os semblantes tristes e preocupados logo se transformam. E ele consegue arrancar sorrisos, tanto dos pacientes quanto dos acompanhantes. Com uma palavra de carinho, torna o momento de entrada no hospital mais leve. John está na recepção do ambulatório desde 2020, época da pandemia. “Sou filho de um ex-paciente da Oncologia. Meu pai foi atendido durante três anos aqui no Hospital de Base. Infelizmente houve metástase e ele faleceu. Mas eu sei do que o paciente e o acompanhante precisam. Me coloco no lugar deles e tento transformar este momento de dor e de incerteza”, conta John, que recepcionava o próprio pai durante o tratamento. “Eu brincava, ele ria e me dizia o quanto aquilo lhe fazia bem. É o que eu faço com os pacientes e seus familiares. É um presente estar aqui, pois a gente mais recebe do que dá. Ganhar um sorriso muda o nosso dia”, emociona-se. “Durante o tratamento, meu pai foi muito bem atendido. Eu só tenho a agradecer e retribuir por este hospital e esta equipe maravilhosa”, afirma.
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Durante a entrevista, uma idosa se aproxima. John não perde a oportunidade: “A consulta hoje é na pediatria, moça bonita?”. É assim das 6h, quando chega ao seu posto no Hospital de Base, até 16h, quando sai.
Mas John não está sozinho na missão de recepcionar as pessoas com alegria. Seu fiel escudeiro é Jadson Silva, de 51 anos. Trabalhava na UPA de Ceilândia e está no Hospital de Base há quatro meses. “Sempre busquei ser gentil com os pacientes, mas estou aprendendo muito com o John, ele é excepcional! Precisamos transmitir coragem, esperança e alegria para os pacientes. A gente trabalha em sintonia e é muito gratificante ver que nosso atendimento faz bem para o paciente”, reconhece Jadson.
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“Sempre tive excelentes colegas de trabalho! Com o Jadson, é mais que uma parceria, é uma benção!”, afirma John. “A equipe inteira é muito coesa, incluindo os seguranças. É a soma de todos nós que faz a diferença”, acredita John. John e Jadson são da GPLAN Service, empresa terceirizada, contratada pelo IgesDF. O instituto faz a gestão do Hospital de Base, do Hospital Regional de Santa Maria e das 13 UPAs existentes no Distrito Federal.
ATENDIMENTOS
Além de alegria, John transmite segurança. Olha cada pedido de encaminhamento e tenta ensinar os pacientes a chegarem ao local correto dentro do Hospital de Base. “Cadê a máscara pra proteger este rosto lindo? Pra onde você quer ir, deixa eu ver o seu encaminhamento? Ah, pode aguardar aqui que a consulta é no período da tarde. Depois de entrar, pode ir até o consultório 3”, ensina. John ensina o caminho e simplifica o que parecia ser tão complicado.
“Estou apavorada”, disse a ele uma senhora que chegou para uma consulta. E ele logo respondeu: “Vamos desapavorar, moça bonita! Coloca a máscara antes de entrar, segue para aquele guichê ali e vai dar tudo certo!”, aconselha. Tempos depois, a paciente sai. “Deus te abençoe, minha linda!”, despede-se John.
Assim ele vai recebendo as pessoas e tranquilamente explicando sobre os procedimentos, como abertura de agendas e horários de atendimento. Em média, são 26 mil atendimentos mensais no ambulatório. De janeiro a novembro deste ano, foram 287.114. Além dos atendimentos médicos, também foram realizados pelo Núcleo de Atendimento 368.405 agendamentos entre janeiro e novembro de 2022, incluindo solicitações de consultas, exames e procedimentos.
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Comparado com o mesmo período de 2021, foi registrado um aumento de 22% no total – o que significa 82.804 agendamentos a mais. As especialidades com maior número de agendamentos em 2022 foram: Fisioterapia (44.780); Cardiologia (32.056) e Oftalmologia (24.639).
“Oi, maravilhosos, trouxe meu paciente!”, anuncia Lindimar Sousa, saindo da ambulância. Ela faz parte de um serviço que leva pacientes do Guará pra tratamento quimioterápico no Hospital de Base. “Este atendimento faz a diferença pra quem chega. Já vi pessoas acamadas, debilitadas, e eles conseguem arrancar um sorriso do rosto delas!”, reconhece. “Na ambulância, deixamos pacientes em várias unidades hospitalares, e não existe local igual a este, eles são maravilhosos mesmo!”, elogia Lindimar, referindo-se à dupla.
Para a chefe do Núcleo de Atendimento do Hospital de Base, Sandra Cristina Silva Dutra, o atendimento de John e Jadson é um diferencial. “Faz com que os pacientes se sintam mais acolhidos”, reconhece. “Neste contexto, todos os colaboradores da recepção e do atendimento são treinados e orientados a pautarem suas condutas pela gentileza e humanização, buscando a excelência na comunicação interpessoal e na qualidade do atendimento prestado”, afirma Sandra.
Davidyson Damasceno/IgesDF