Maria Helena Evangelista dos Santos, de 57 anos, moradora de Taguatinga, enfrentava há quase 15 anos os desafios de um tumor facial de grandes proporções. A enfermidade, que começou com o crescimento de um “caroço” na boca, tomou sua mandíbula, limitando a mastigação, fala e convivência social. Após enfrentar severa depressão, a síndrome do jaleco branco e ser desencorajada a buscar tratamento, Maria encontrou no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) a chance de reescrever sua história.
A cirurgia, liderada pelos cirurgiões bucomaxilofaciais, Dr. José William, Dra. Ana Luísa e Dr. Lucas Haidar, colaboradores do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), foi marcada pela complexidade e inovação. Embora benigno, o tumor apresentava proporções gigantescas e deformantes, comprometendo severamente a qualidade de vida da paciente.
Para devolver a funcionalidade da boca de Maria Helena, foi necessário reconstruir parte de sua mandíbula. O planejamento detalhado envolveu o uso de modelos virtuais baseados em imagens tomográficas da paciente, impressos em 3D. “Criamos um modelo virtual para guiar a cirurgia e moldar com precisão a placa de reconstrução”, explicou o Dr. José William.
A cirurgia incluiu a remoção do tumor, a modelagem de uma placa de reconstrução e sua implantação para restaurar o contorno facial e a funcionalidade da mandíbula. “Esse trabalho representa o compromisso da nossa equipe em devolver dignidade e qualidade de vida aos pacientes. Maria Helena nos tocou com sua coragem e determinação”, destacou a Dra. Ana Luísa.
Detalhes da cirurgia
O procedimento, realizado na última quarta-feira (15/01) no HRSM, contou com o apoio de uma equipe multidisciplinar e durou aproximadamente 05 horas. Após a remoção do tumor e a implantação da placa de reconstrução previamente modelada, a paciente permaneceu internada por 2 dias e recebeu alta emocionada.
“O caso da Maria Helena foi impactante pela proporção que se apresentava. Estamos falando de um tumor raro e muito deformante, que afetava não só a saúde física, mas também a vida emocional e social dela. Trabalhamos duro para devolver a ela mais do que a funcionalidade, mas também a sua autoestima”, ressaltou o Dr. José William.
A superintendente do HRSM, Eliane Souza de Abreu, destacou a importância do trabalho integrado e o compromisso do IgesDF com saúde pública do Distrito Federal. “As ações do serviço de odontologia, especialmente as que tratam de deformidades faciais, retratam a excelência e o comprometimento do SUS no HRSM. Aqui, entregamos a melhor experiência em saúde odontológica e sempre colocando o bem-estar dos nossos pacientes em primeiro lugar. A equipe multidisciplinar conta com cirurgiões-dentistas, fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e enfermeiros.”
Tecnologia e dedicação
O diagnóstico inicial foi realizado por um residente em radiologia odontológica do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), sob supervisão do Dr. Elizirário Leitão. Após uma biópsia inconclusiva, Maria Helena foi encaminhada ao HRSM, referência em odontologia no Distrito Federal, onde o diagnóstico definitivo foi fechado e o planejamento terapêutico iniciado.
A equipe utilizou ferramentas de última geração, como o planejamento cirúrgico virtual e a impressão 3D, que permitiu planejar a cirurgia com altíssima precisão, reduzindo riscos e melhorando os resultados. “Estamos sempre em busca de soluções que coloquem o paciente no centro do nosso trabalho”, reforçou o Dr. José William.
A força por trás da história
Maria Helena, mãe de duas filhas e avó dois netos, relatou os desafios emocionais e físicos que enfrentou. Durante a pandemia, o uso de máscaras ajudou a ocultar o crescimento do tumor, mas também intensificou seu isolamento. “Eu não conseguia mais comer, nem mesmo tomar água sem dificuldade. Cheguei ao ponto de pensar que isso nunca teria solução. Hoje, estou vivendo um sonho. Só posso agradecer a Deus e a esses profissionais incríveis.”
Com o tumor removido e a implantação da placa de reconstrução mandibular, Maria Helena enxerga um futuro repleto de possibilidades. Sua história não é apenas um testemunho da resiliência humana, mas também um marco para o IgesDF e a saúde pública do Distrito Federal, demonstrando que, com tecnologia de ponta e dedicação, é possível transformar vidas.
