Cleide Maria Nóbrega da Silva é Primeiro Sargento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e realizou coleta de leite materno nas residências das doadoras cadastradas por mais de 13 anos. Recentemente, Cleide passou para a reserva do serviço, mas ainda é exemplo como peça importante de um trabalho que ajudou a salvar muitas vidas de bebês recém-nascidos.
“Eu costumo dizer que os nossos chefes são do tamanho da palma da nossa mão. São as crianças que estão entre a vida e a morte, e esse leitinho que coletamos é o que salva elas”, lembra Cleide com orgulho.
Cleide passou por uma experiência difícil em sua vida. Sem saber que tinha um problema no útero, tentou engravidar em quatro oportunidades, mas teve abortos naturais em todas as vezes. “A experiência foi traumática porque, quando você aborta, o organismo entende que você pariu, então há o acúmulo de leite. Tive que tomar remédio para que esse leite secasse”, lembra.
Mesmo assim, Cleide não deixou que isso a desanimasse e ela fez o seu melhor trabalho levando o leite recolhido para mais de um Banco de Leite pelos quais passou. “Eu ajudei os Bancos de Leite de Taguatinga, do Paranoá, de Samambaia e terminei os dias da minha carreira ajudando o do Hospital de Santa Maria”, conta.
Ciente da importância da doação de leite materno, Cleide dá o recado: “o conselho que eu dou às mães é que, se possível, se esforcem para coletar o leite. Nem que seja um pouco, tem crianças que precisam de um complemento de 5 a 10 ml. Muitas vezes, essas quantias pequenas são desperdiçadas, mas poderiam estar alimentando os bebês, ajudando no sustento deles”.
Cleide relembra que, para fazer a doação de forma correta, existe um passo-a-passo que é orientado pela equipe do Banco de Leite. “É importante lembrar que as doações devem estar em potes de vidros com tampa de plástico higienizados. É só colocar o frasco no congelador que o Corpo de Bombeiros vai até a casa da pessoa buscar as doações, tudo mediante agendamento feito pelo Banco.”
Hoje é outra equipe que faz a coleta, mas Cleide sempre vai se lembrar do período em que ajudou. “Eu sou muito grata pela oportunidade de ter participado esses anos todos no Banco de Leite. Fecho meu tempo agora e estou indo para a reserva, pois sinto que cumpri meu papel”, conclui.