Mais crianças com doenças crônicas foram atendidas na Unidade de Cuidados Prolongados (UCP) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) em 2021. Segundo o último levantamento do setor, de janeiro a junho deste ano, 55 crianças receberam atendimento, enquanto no mesmo período de 2020 foram 33, o que representa um aumento de 66%. Em outro comparativo, o atendimento realizado no primeiro semestre de 2021 representa 84% do total realizado nos 12 meses de 2020, quando 65 crianças passaram pelo serviço. O crescimento é reflexo do reforço em equipamentos, insumos e da equipe que ganhou mais fonoaudiólogos.
A UCP é uma unidade de média complexidade destinada a crianças de 0 a 14 anos, com doenças crônicas complexas dependentes de equipamentos como respiradores. São pacientes com quadros de encefalopatia (conhecida popularmente como paralisia cerebral), síndromes genéticas e doenças pulmonares crônicas.
Ao todo, a unidade dispõe de 15 leitos com diversos aparelhos, entre eles, alguns que oferecem ventilação mecânica, que auxiliam na respiração de pacientes que dependem desses aparelhos para sobreviver. A unidade também presta assistência aos pacientes pediátricos que se encontram em processo de reabilitação por sequelas de traumatismos, por exemplo.
“A UCP tem um trabalho diferenciado, tanto para os pacientes quantos para os familiares, que envolve toda a equipe multidisciplinar, entre médicos, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais e técnicos de enfermagem”, explica a médica e chefe da UCP Pediátrica, Lara Vieira.
Durante a internação, os familiares e cuidadores dos pacientes fazem parte do processo e recebem um treinamento dos profissionais de saúde para manter os cuidados com as crianças após alta hospitalar. “Essa troca permite um menor tempo de hospitalização dos pacientes e uma integração deles ao convívio familiar e social enquanto estão internados”, explica a chefe dos serviços de enfermagem da UCP Pediátrica, Raquel Oliveira Caetano Ferreira.
Moradora de Ceilândia, Joana Katarina Soares Rodrigues, de 21 anos, é mãe de Nicolas Muriel Soares Ribeiro, de 4 meses. Internada desde 30 de junho deste ano, ela está prestes a ir para casa com o filho, mas antes precisa aprender todos os cuidados necessários com a sonda nasal utilizada pelo bebê para receber o leite materno. “Os profissionais estão me ajudando muito desde que cheguei aqui”, conta a maquiadora, satisfeita com a assistência.
Mãe e filho deram entrada na unidade após o Nicolas se engasgar com o leite materno e broncoaspirar o líquido, que foi parar nas vias respiratórias. Segundo a mãe, ele foi prontamente atendido na UCP Pediátrica para reabilitação. “A equipe conseguiu reverter o caso e está sempre prestando atenção na evolução do quadro clínico dele”, conta a mãe.
Segundo a chefe dos serviços de enfermagem, a troca de conhecimento entre profissionais de saúde e as mães é essencial para manter a criança em segurança. “Isso permite aos cuidadores mais autonomia nos cuidados dos bebês”, explica.
A UCP conta com o serviço de uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e técnicos de enfermagem. Os profissionais de saúde se reúnem todas as quartas-feiras para estudo e discussão dos casos de cada paciente. “Sempre estudamos caso a caso com objetivo de prestar a melhor assistência possível”, finalizou Raquel Oliveira.