O Dia Mundial da Hipertensão, que ocorre nesta quarta-feira (17 de maio), mobiliza os órgãos de saúde pública a advertir sobre os riscos de a doença causar morte, a exemplo do AVC (Acidente Vascular Cerebral), e enfermidades graves no coração
“A hipertensão é uma das doenças crônicas mais prevalentes no Brasil juntamente com diabetes e também uma das principais causas de morte”, afirma a médica Teresa Carnaúba, chefe de Cardiologia do Hospital de Base, a maior unidade de saúde pública do DF.
Segundo a especialista, a doença aparece mais com base na faixa etária das pessoas. “Quanto maior idade, maior incidência, o que é explicado pelo enrijecimento natural das artérias do corpo com o avançar da idade”, explicou.
No Brasil, aproximadamente 27% da população é hipertensa e muitas dessas pessoas desconhecem. Apesar de a doença ter tratamento, caso não seja enfrentada, as complicações são graves limitantes, como AVC, infarto, insuficiência renal e dilatação do coração,
Hábitos não saudáveis
Teresa Carnaúba apontou que é uma doença, na maioria das vezes silenciosa, sem sintomas, o que dificulta o diagnóstico e também a adesão ao tratamento. “Pois, os pacientes julgam que, por não sentirem nada, não precisam se preocupar, o que não é verdade”, observou
Existe uma forte influência genética no aparecimento da doença, ou seja, predisposição à hipertensão. Mas os hábitos não saudáveis precipitam podem até antecipar o aparecimento da doença, como obesidade, sedentarismo, tabagismo e ingestão alta de álcool, acrescentou a chefe de Cirurgia.
Disse também que a alta ingesta de de sódio do sal também é um fator bem preocupante no Brasil, já que a gente consome 9.3 gramas de sal por dia, que é praticamente o dobro do que a OMS recomenda de 5 grama, e a maioria desse sal está em comidas não saudáveis, que são os alimentos industrializados e ultraprocessados.
Sem cura, mas com controle
A médica destacou que a hipertensão não tem cura, mas a tem controle. “Então, além do uso correto e regular da medicação, caso ela seja prescrita, é importante também que haja uma mudança de estilo de vida, principalmente com a prática regular de exercícios, redução da ingesta de sal e alimentos processados, aumento da ingestão de vegetais, abstenção do fumo e redução na ingestão alcoólica, além da manutenção do peso corporal”, detalhou.
Essas medidas são importantes para manter a pressão normal ou sob controle e evitar as complicações graves que podem decorrer de níveis elevados de pressão, concluiu.