Irene Maria Ortlieb Cascais encontrou no serviço voluntário uma maneira de fazer o bem ao próximo, mesmo após chegar a uma idade avançada. Aos 84 anos, ela continua prestando acolhimento aos pacientes do Hospital de Base por meio da ajuda que oferece ao Serviço Auxiliar de Voluntários (SAV).
Com seu sorriso acolhedor, Dona Irene compartilha como seu desejo de ajudar os outros nasceu ainda na juventude, quando sonhava em ser enfermeira. “Meu pai não deixou. Ele dizia que essa profissão seria cansativa demais, e que só poderia exercê-la até os 65 anos”, relembra. Mesmo com a escolha de outra profissão, a vontade de ajudar seguiu viva.
Aos 66 anos, em 2006, começou a trabalhar como voluntária no hospital, dedicando seu tempo ao atendimento das crianças internadas, quando ainda havia ala pediátrica. “Quando as crianças foram transferidas para o Hospital da Criança, eu chorei. Mas entendi que era o melhor para eles”, diz ela, emocionada.
Mesmo com a chegada da pandemia de COVID-19 em 2020, o trabalho de Irene não parou. Durante esse período, ela parou de ir ao Hospital de Base, mas realizava os cuidados de seu marido, que estava doente. Após o falecimento dele no ano passado, Dona Irene sentiu um vazio. “Eu me perguntei: para que ainda estou aqui? Meu filho tem 46 anos, mora na Suécia e fala comigo todos os dias. Mas ele não precisa de mim fisicamente. Então, esse trabalho no hospital tem me dado um propósito”, explica.
E foi assim que, com o coração cheio de vontade de continuar ajudando, Dona Irene voltou ao Hospital de Base. Ela conta que um sobrinho ficou internado na unidade e veio visitá-lo. “Perguntei se ainda me aceitariam e disseram que sim”, conta com alegria. Agora, ao menos uma vez toda semana, ela se dedica a visitar os pacientes internados no 11º andar, oferecendo palavras de carinho, apoio emocional e anotando as necessidades de doações, como itens de higiene ou até mesmo itens mais complexos como cadeiras de rodas.
“Acho que levo um pouquinho de alegria e esperança para os pacientes. Outro dia uma jovem com lúpus me contou seu sofrimento. Muito jovem, apenas 22 anos. Acredito que, ao menos, consigo levar um pouco de bem-estar para eles”, afirma Dona Irene, que acredita que o trabalho voluntário traz mais benefícios para ela do que para os pacientes. “Eu me sinto útil. Isso é o que mais importa para mim”, reflete.
Dona Irene não deixa que nada a impeça de praticar a sua solidariedade. Apesar de morar relativamente perto do Hospital de Base, ela faz o percurso todo a pé, mas ela não deixa que a idade a impeça de seguir sua missão. “Se a minha força física permitisse, viria mais vezes. Mas, aos poucos, estou fazendo o que posso”, diz com determinação.
Para a presidente do SAV, Maria das Graças Leocádia de Sousa, Dona Irene é um exemplo. “Eu pensava de parar aos 60 anos, mas depois de ver a força e a dedicação de Dona Irene eu decidi continuar com o serviço voluntário até quando eu não puder mais. Eu a admiro muito”, diz, emocionada.
Como contribuir para os serviços de voluntariado do Hospital de Base:
O Hospital de Base conta com a colaboração de quatro associações de voluntários que prestam serviços essenciais aos pacientes e à unidade. O exemplo de Dona Irene mostra que o amor e a dedicação não têm idade e que, com um pequeno gesto, todos podemos fazer a diferença na vida de quem mais precisa. Seja um voluntário, faça uma doação e ajude a espalhar a solidariedade no Hospital de Base. Para mais informações, entre em contato com as associações:
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Serviço Auxiliar de Voluntários (SAV):
(61) 3550-8900 Ramal 31
(61) 99425-1178
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Associação de Amigos do Hospital de Base:
(61) 3550-8900 Ramal 9031
(61) 99659-0365
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Rede Feminina de Combate ao Câncer:
(61) 3550-8900 Ramal 9178 (Sala de Atendimento)
(61) 3550-8900 Ramal 9277 (Sala de Acolhimento)
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Movimento de Apoio ao Paciente com Câncer:
(61) 3550-8900 Ramal 9029
(61) 99219-3998