Melhor uso dos recursos foi possível após aplicação de metodologia para avaliar novas compras de medicamentos e insumos
A fim de gerar mais benefício com o mesmo recurso disponível, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) permitiu aplicar com mais eficiência pelo menos R$ 12,8 milhões nos últimos quatro meses. Desse total, R$ 8,8 milhões foram poupados porque foi evitada a compra de medicamentos que ainda não faziam dos estoques do IGESDF, mas que não trariam melhores benefícios aos pacientes do que aqueles já tradicionalmente utilizados com base na melhor evidência científica disponível.
“Esse trabalho é baseado em evidências e analisa o real benefício de adquirir novos produtos, os custos empregados e quantas pessoas serão beneficiadas com o recurso”, explicou o diretor de Ensino, Pesquisa e Inovação do IGESDF, Everton Macêdo.
Segundo ele, no IGESDF, a verificação é baseada na metodologia chamada Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), desenvolvido pelo Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde credenciado ao Ministério da Saúde, e que atua na Gerência de Pesquisa Clínica e Inovação.
“As comissões de incorporação recebem demandas dos profissionais das unidades de saúde do instituto para a compra de novos produtos e solicitam a elaboração de notas técnicas de revisão rápida (NTRR) à equipe de analistas de ATS continuamente qualificados. Com base nesse material, os membros das comissões emitem uma recomendação favorável ou desfavorável”, ressaltou o diretor.
Nesses três meses, estiveram em pauta nas comissões oito solicitações de incorporação no IGESDF. Quatro delas foram finalizadas, sendo que duas tecnologias foram aprovadas pela comissão e ratificadas pela Diretoria Executiva.
“Uma delas é a inclusão de um equipamento que permite que o paciente com câncer realize o tratamento de quimioterapia na comodidade de sua casa e acolhido por toda a sua família”, explicou Everton Macêdo.
A economia para a instituição pelo fato de não haver necessidade de internar o paciente foi estimada em R$ 2,1 milhões, valor que pode ser aplicado em outros investimentos.
Em se tratando de medicamentos, caso a evidência científica não comprove que o tratamento proposto é melhor que o tradicionalmente utilizado, a não incorporação permite que os recursos financeiros que seriam utilizados para essa aquisição sejam destinados para tratamentos que são essenciais para o paciente.
Em uma das negativas da comissão, evitou-se a compra de um medicamento que comprometeria mais de R$ 7 milhões do orçamento anual do IGESDF sem benefício comprovado.
O diretor esclareceu, ainda, que as atividades de incorporação de tecnologias em saúde estão se expandindo para todo IGESDF. Segundo ele, o fluxo para solicitação de incorporações está sendo difundido para todos os colaboradores com o intuito de que essa avaliação seja rotina, reduzindo custos desnecessários e implantando mecanismos que comprovadamente gerem benefício ao paciente.
Para o presidente do IGESDF Francisco Araújo, “esse trabalho quebra paradigmas ao aplicar novos processos, reduzir custos e aumentar a eficiência dos serviços prestados à população na área da saúde. Essa é uma das marcas do modelo de gestão que vem sendo aprimorado a cada dia e que entrega resultados positivos, beneficiando quem precisa de uma saúde pública de qualidade”, finalizou.
Texto: Ailane Silva/IGESDF