Equipe da UTI neonatal do Hospital Regional de Santa Maria realiza “canguruzaço” para celebrar o Dia Mundial do Método Canguru

Equipe da UTI neonatal do Hospital Regional de Santa Maria realiza “canguruzaço” para celebrar o Dia Mundial do Método Canguru

Algumas mães tiveram a emoção de segurar o filho no colo pela primeira vez

Jurana Lopes

Para celebrar o Dia Mundial do Método Canguru, comemorado em 15 de maio, a equipe multidisciplinar da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) realizou um “canguruzaço” com os recém-nascidos internados na unidade.

O objetivo foi colocar os bebês para estarem no colo das mães e aumentar o vínculo entre os dois, tendo em vista que o contato pele a pele através do método gera inúmeros benefícios como, ganho de peso, maior segurança e proteção ao bebê, redução de tempo em ventilação mecânica e de tempo de internação.

Canguruzaço foi realizado dentro da UTIN do HRSM. Poliane pode colocar o pequeno Davi Luiz no colo pela primeira vez. Fotos: Divulgação/IgesDF

Algumas mães tiveram a chance de sentir os filhos nos braços pela primeira vez e se emocionaram com o momento. Este foi o caso de Poliane de Oliveira, de 28 anos, mãe do pequeno Davi Luiz, de um mês de vida. Ela teve uma gestação há seis anos e perdeu num aborto espontâneo, nem imaginou que conseguiria ser mãe novamente.

Davi nasceu com 27 semanas, pesando apenas 640 gramas e somente após um mês ela conseguiu realizar o sonho de tê-lo em seus braços. “Eu me sinto a mulher mais feliz do mundo ao sentir ele no colo, meu coração acelerou e ficou a mil quando ele tocou no meu corpo. Se Deus me mandou, com certeza não vai faltar amor e carinho. É bom demais tê-lo pertinho de mim”, afirma.

Cristiane Silva, de 21 anos, ficou internada durante dois meses no HRSM até o pequeno Bryan chegar ao mundo, porém, ele nasceu prematuro de 31 semanas e por isso, segue internado na UTIN há um mês. Ao pegar o filho no colo pela primeira vez, ela conta que sonhou muito com o momento.

Cristiane conseguiu colocar o filho no colo após um mês de vida do pequeno Bryan. A emoção foi imensa. Fotos: Divulgação/IgesDF

“Eu não pensei que tivesse que passar por tanto tempo de internação durante a gravidez e com ele internado, mas já que estamos aqui, só posso agradecer a Deus por conseguir pegar ele hoje no meu colo, sentir seu cheirinho, pois ele já ficou em estado gravíssimo e tive muito medo de perdê-lo. Agora está bem, estável, ganhando peso e melhorando a função dos pulmões. Me sinto alegre por poder estar com ele nos meus braços”, relata.

Bastante emocionada, Manoela Martins, de 29 anos, chorou ao colocar seu filho no colo pela primeira vez. O pequeno Samuel nasceu há quatro dias, com apenas 31 semanas de gestação. “É uma sensação muito boa poder pegar ele no colo. Sonhei tanto com este momento e não tem como segurar as lágrimas”, conta.

Além delas, outras mães participaram do “canguruzaço” e ficaram com seus bebês no colo por no mínimo uma hora. Foi tudo supervisionado pela equipe multiprofissional, que monitora os sinais vitais dos recém-nascidos durante a prática do método canguru.

Manoela não segurou as lágrimas ao ter o contato pele a pele com o filho. Fotos: Divulgação/IgesDF

De acordo com Maria Helena Nery, terapeuta ocupacional da UTIN, além de trabalhar o vínculo do bebê com a mãe, o método canguru ajuda no desenvolvimento do recém-nascido, pois acalma e relaxa.

“Devido às condições clínicas, alguns bebês demoram mais para iniciar o método canguru, mas sempre que é viável e ele está estável, a equipe se une para colocar este bebezinho em contato com sua mãe”, explica.

Segundo ela, através da prática do método, o bebê ganha mais peso, pois diminui o gasto energético, ajuda na respiração e maturação dos pulmões. Além disso, contribui para estimular e desenvolver toda a parte neurossensorial dos bebês. “O contato pele a pele faz parte dos cuidados mais importantes oferecidos aos bebês aqui na UTIN”, conclui Maria Helena.

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