Foi uma animação cheia de cores, músicas e sabores. Rolou até uma quadrilha empolgante. Assim dá para sintetizar o triunfal retorno da Festa Agostina, um tradicional evento retomado com emoção nessa sexta-feira, dia 11, no estacionamento do ambulatório do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
A um só tempo, a volta do arrasta-pé, que ficou suspenso havia três anos, serviu para aquecer os ânimos dos profissionais de saúde diante dos desafios diários de salvar vidas e estreitar os laços das relações sociais entre as equipes de diversas áreas.
Confraternização
Voltou a ser realidade uma confraternização que não se vislumbrava por causa do isolamento imposto pela Covid-19. Compareceram dezenas de colaboradores, gestores e vigilantes e recepcionistas de empresas terceirizadas. Todos juntos a e entrosados em barracas, brincadeiras e também nas danças de bons tempos que voltaram graças à ciência, à vacina e à luta de cada um.
Em clima de confraternização, a Festa Agostina foi marcada saudação aos pacientes internados nos seis andares da segunda maior unidade de saúde do Governo do Distrito Federal (GDF). “Para aquelas pessoas que estão lá em cima, a gente está vivendo por elas aqui”, exaltou o vigilante Vicente de Paula, 52 anos, mestre de cerimônias do evento.
Prestigiando o evento, o médico Juracy Cavalcante elogiou a iniciativa como presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), que administra o HRSM, o Hospital de Base do DF e 13 unidades de pronto atendimento (UPAs).
“Esse é um momento muito importante porque a vida não é só trabalho”, afirmou o gestor do IgesDF. “A gente precisa desse momento para confraternizar, para se integrar um pouquinho, para as pessoas se conhecerem”, reforçou.
O clima contagiante da festa foi um dos motivos que o fez se deslocar da sede da instituição na Asa Norte até o HRSM. “Fiz questão de vir aqui para conhecer um pouquinho de cada um de vocês. Obviamente, a gente não consegue ficar cumprimentando todo mundo”.
Também parabenizou a superintendente do HRSM, Eliane Abreu, e o gerente geral de Assistência, o médico Guilherme Porfírio Lisboa, pelo “excelente trabalho” que tem sido desenvolvido. Disse ainda que eles são as principais lideranças do Hospital, mas nada conseguiriam sem o apoio dos colaboradores. E ainda elogiou os organizadores da festa, que é realizada justamente em agosto para não disputar com festas semelhantes realizadas em junho e julho.
Colecionador e mensageira
Uma das barracas mais procuradas foi, sem dúvidas, a que se tornou mais atraente por conta da coleção levada pelo chefe do Centro Tático de Resolutividade, o enfermeiro mato-grossense Ronaldo Lima, 43 anos, 20 dos quais no DF. Ele atraiu as atenções dos colegas por montar uma exposição de relíquias valiosas, mas com peças que não têm preço. Afinal, “nenhum item está à venda”, ressaltou.
Entre as raridades, uma máquina de costura manual com mais de 100 anos de resistência. Também foram expostas máquinas de fotografia e de filmagem da época do cinema mudo. E nada como ouvir uma música em disco vinil na vitrola de muito antigamente. “Eu morei na roça. Sai com 20 anos, mas a roça não saiu de mim, não, porque lembra a minha infância”, justificou o colecionador de antiguidades, uma paixão que cultiva há cinco anos.
Vestida no estilo junino, a assistente administrativa Sabrina Saraiva, da Gerência Geral de Assistência (Gegas), incorporou a missão de mensageira de amor e amizade. Bastava contratar seus serviços e indicar o destinatário ou a destinatária para o envio de conteúdos bem inspirados. Dentro do contexto recreativo, os contratantes eram identificados ou mantidos sob sigilo para animar a curiosidade dos homenageados.
Montagem colaborativa
As barracas do ‘arraiá’ foram montadas de forma colaborativa entre os profissionais de saúde e terceirizados. “É excelente trabalhar no Hospital de Santa Maria”, avaliou a enfermeira brasiliense Jaqueline Albuquerque, 29 anos, chefe do Núcleo de Enfermagem em Terapia Intensiva. Ela trabalha no Hospital há três anos e ingressou há cinco no IgesDF.
Natural do Gama (DF), cidade vizinha à Santa Maria (DF), a gestora participou ativamente dos preparativos da barraca com seus colegas de trabalho no HRSM. “Aqui a gente consegue perceber um serviço assistencial de qualidade. A equipe é muito interativa e consegue fazer um trabalho muito bom”.
“A festa foi fantástica!”, comemorou a chefe do Serviço de Saúde Funcional, a fisioterapeuta Danielle Fontenele, 34 anos, natural de Teresina (PI), há 11 anos morando no Distrito Federal. “Evento igual a esse é importante porque consegue integrar os colaboradores e criar um momento de descontração, melhorando o ambiente de trabalho”, resumiu, dando o recado de que comemorar a vida faz muito bem a todos e à saúde pública.