Para chamar atenção sobre os prejuízos do excesso de ruído, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), por meio do Serviço de Fonoaudiologia do Hospital de Base (HBDF) realizou, na terça-feira (29), ações educativas na UTI Pediátrica da unidade. A atividade foi alusiva ao Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído, celebrado mundialmente em 30 de abril.
A ação tinha como público-alvo os médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, profissionais da limpeza e acompanhantes de pacientes da UTI Pediátrica nos dois períodos de treinamento — pela manhã, das 10h às 12h, e à tarde, das 13h às 15h. O objetivo foi sensibilizar todos sobre os danos que os sons em excesso podem causar, especialmente em ambientes hospitalares e, mais ainda, em áreas sensíveis como a terapia intensiva infantil.
Durante o treinamento, foram oferecidas orientações sobre prevenção e promoção da saúde auditiva. “Focamos a ação na UTI Pediátrica, a pedido da equipe do setor, porque é um ambiente que exige muito cuidado com o som”, explicou Larissa Nunes da Cruz, fonoaudióloga do Serviço de Otorrinolaringologia do HBDF. Além dela, a atividade foi conduzida pelas fonoaudiólogas Julianna Carvalho, Amanda Lima e Lira e Caroline Florentino.
Segundo Larissa, ruídos cotidianos, como o som de uma lixeira sendo fechada com força, sapatos barulhentos, bandejas caindo ou mesmo conversas em volume elevado, ultrapassam com facilidade os limites ideais para um ambiente hospitalar. “O ideal seria manter os níveis de ruído entre 30 e 40 decibéis, mas estudos mostram que facilmente esse número passa de 120 decibéis, o que pode impactar negativamente na recuperação dos pacientes”, alerta.
Entre os prejuízos causados pelo excesso de barulho estão alterações na pressão sanguínea, distúrbios do sono e até atrasos na recuperação clínica. No caso de crianças e recém-nascidos, a sensibilidade auditiva é ainda maior, o que torna o controle acústico uma medida essencial.
Durante a ação, também foi proposto aos participantes um minuto de silêncio simbólico como forma de refletir sobre a importância da escuta respeitosa e da redução do ruído no ambiente hospitalar. “É uma maneira simples, mas muito significativa, de lembrar que o silêncio também comunica cuidado”, disse Larissa.
A fonoaudióloga Julianna Carvalho reforçou a importância de pequenas atitudes no dia a dia, como falar em tom mais baixo, fechar gavetas com cuidado e atender rapidamente os alarmes das bombas e monitores. “Esses detalhes fazem toda a diferença para criar um ambiente mais equilibrado acusticamente e seguro para todos.”
A ação destacou, ainda, o papel fundamental da Fonoaudiologia não só na reabilitação auditiva, mas também na prevenção de danos e na promoção de ambientes mais saudáveis para profissionais e pacientes. “Nosso foco é a prevenção, porque evitar que o problema aconteça é sempre o melhor caminho”, concluiu Larissa.
