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Hospital de Base do DF é a primeira unidade 100% SUS a realizar intervenção cardíaca minimamente invasiva

Hospital de Base do DF é a primeira unidade 100% SUS a realizar intervenção cardíaca minimamente invasiva

Procedimento inovador para tratar arritmias cardíacas reduz tempo de internação e melhora a recuperação dos pacientes

Luciane Paz

O Hospital de Base do DF realiza o primeiro procedimento de ablação por pulso de elétrons (PFA), oferecendo mais segurança e eficiência no tratamento da fibrilação atrial/ Crédito: Alberto Ruy- IgesDF

Na última sexta-feira (07), o Hospital de Base do DF tornou-se a primeira unidade de saúde 100% SUS a realizar um procedimento inovador para o tratamento de arritmias cardíacas com a ablação e aplicação de pulso de elétrons (PFA). Essa técnica minimamente invasiva não exige centro cirúrgico, UTI, anestesia geral nem internação prolongada, representando um avanço no tratamento da doença dentro da rede pública de saúde. 

Segundo o cardiologista especializado em arritmia invasiva, Dr. Henrique Cesar de Almeida, do Hospital de Base do Distrito Federal, a fibrilação atrial é uma das arritmias mais comuns e está diretamente relacionada à hipertensão, diabetes, doença de Chagas e ao envelhecimento natural do corpo. A condição afeta cerca de 10% da população brasileira acima dos 80 anos e está fortemente ligada ao risco de derrames. “Estima-se que entre 1 a cada 4 derrames sejam causados por essa condição”, explica o especialista. 

Menos invasivo, mais eficiente: Com a nova tecnologia, o procedimento dura apenas 55 minutos, sem necessidade de UTI ou internação prolongada, garantindo uma recuperação mais rápida para os pacientes/ Crédito: Alberto Ruy- IgesDF

Avanço tecnológico na cardiologia 

A eletrofisiologista invasiva Carla Septimio Margalho, supervisora do Programa de Residência em Eletrofisiologia Clínica e Invasiva do Hospital de Base, explica que a técnica é revolucionária. “A PFA utiliza uma tecnologia nova, desenvolvida recentemente, que permite a realização da ablação com mais segurança e eficiência. O procedimento, chamado ablação de fibrilação atrial com aplicação de pulso de elétrons, é um marco no tratamento da arritmia e já tem mostrado resultados promissores”, destaca. 

A eletrofisiologista invasiva Carla Septimio Margalho durante procedimento que permite a aplicação de pulso de elétrons (PFA) com precisão e segurança no tratamento da fibrilação atrial/ Crédito: Alberto Ruy – IgesDF

 A fibrilação atrial sendo uma das formas mais comuns de arritmia pode levar a complicações graves, como insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC). Nos anos 1980, pesquisadores descobriram a origem da arritmia no coração, possibilitando o desenvolvimento da técnica de cauterização da área afetada. Desde então, a cardiologia tem evoluído constantemente para aprimorar esse tratamento. “O que antes levava 8 a 10 horas e exigia UTI, agora pode ser realizado em cerca de 55 minutos. O paciente pode ser encaminhado à enfermaria e recebe alta em poucos dias, o que reduz riscos, otimiza o atendimento e diminui custos”, explica o cardiologista Henrique Cesar. 

Procedimentos realizados com sucesso 

Equipe celebra o sucesso dos primeiros procedimentos realizados com a técnica, que promete transformar o tratamento das arritmias cardíacas no Brasil/ Crédito: Alberto Ruy- IgesDF

Os primeiros dois pacientes submetidos à nova técnica no Hospital de Base foram um homem e uma mulher, ambos hipertensos, sendo que um deles já havia sofrido um infarto anteriormente. A eletrofisiologista relata que os procedimentos foram concluídos com sucesso absoluto, sem intercorrências. “O tempo de sala foi significativamente reduzido em comparação com as tecnologias anteriores, o que é um ganho importante tanto para os pacientes quanto para o hospital”, enfatiza. 

Uma das principais vantagens da nova técnica é a possibilidade de realizá-la fora do ambiente cirúrgico tradicional, no próprio setor de hemodinâmica, garantindo mais agilidade e segurança para os pacientes. 

Perspectivas para o futuro 

 

O procedimento é realizado com o auxílio de um aparelho de escopia que mostra uma imagem de raios-x contínua em monitor/ Crédito: Alberto Ruy – IgesDF

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), responsável pela administração do Hospital de Base, tem interesse em participar do processo de aquisição dos insumos necessários para oferecer a tecnologia de forma permanente na unidade. 

“A adoção dessa nova técnica no SUS seria um avanço para a saúde pública. A expectativa é que mais pessoas possam ser beneficiadas por essa tecnologia, melhorando a qualidade de vida de milhares de pacientes que sofrem com arritmias cardíacas” finaliza Carla Margalho. 

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