O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) registrou uma redução significativa no número de atendimentos a pacientes graves durante o Carnaval de 2025, consolidando-se como o Carnaval menos violento dos últimos anos. Dados do Serviço de Cirurgia do Trauma indicam que, entre os dias 28 de fevereiro e 5 de março, apenas 14 pacientes foram encaminhados à Sala Vermelha, setor destinado aos casos mais críticos.
Um dos destaques positivos deste ano foi a ausência de vítimas de lesão por arma branca ou arma de fogo nos blocos de rua, um indicativo de que medidas preventivas e ações de segurança pública tiveram um impacto direto na proteção dos foliões. “Outro número que impressionou muito foram os acidentes de carro e moto com vítimas graves”, conta o Dr Renato Lins, Chefe do Serviço de Cirurgia do Trauma do HBDF.
Normalmente, os casos de acidentes automobilísticos trazem muitas vítimas ao Trauma do Hospital de Base. Esse ano, de pacientes de sala vermelha foram apenas dois de moto e um de carro. Já na Sala Amarela, que recebe pacientes com quadros moderados, foram 17 de moto e 14 de carro. No período analisado, a Sala Amarela atendeu 184 pessoas. Destas, 58% receberam alta hospitalar após avaliações, enquanto 30% necessitaram de avaliações de outras especialidades médicas.
Para efeitos de comparação, em 2024, apenas nos primeiros quatro dias de folia foram atendidos 17 pacientes na Sala Vermelha e impressionantes 187 pessoas na Sala Amarela do Trauma. “No Carnaval de 2024 tivemos 12 pacientes com lesões por arma de fogo ou arma branca enquanto que em 2025 não tivemos nenhum paciente com esse quadro, associado ao Carnaval”, conta Dr Renato.
Atendimentos podem evoluir para o Centro Cirúrgico

No Centro Cirúrgico, foram realizadas quatro cirurgias de emergência, incluindo um procedimento para tratar uma lesão esplênica causada por trauma, uma intervenção vascular devido a ferimento por arma branca e duas neurocirurgias por traumatismo cranioencefálico (TCE).
Um dos casos mais graves, entrou no Protocolo Onda Vermelha – fluxo de atendimento prioritário para casos de extrema gravidade criado recentemente pela equipe de Trauma. “Esse paciente foi vítima de um atropelamento, apresentando traumatismo cranioencefálico grave e sangramento intra-abdominal importante por trauma abdominal contuso com lesão esplênica, necessitando de atendimento emergencial”, explicou o Dr Renato.
O próprio Dr Renato avalia que a queda nos casos graves pode estar relacionada ao reforço na fiscalização de trânsito, nas campanhas educativas e nas estratégias de segurança. “O número de ocorrências graves foi menor, e isso pode indicar que a população está cada vez mais consciente sobre os riscos. Ainda assim, continuamos preparados para atender qualquer tipo de emergência”, afirmou.