Antes mesmo de completar dois anos de fundação, o que acontecerá na próxima sexta-feira (19), o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF) já carrega em sua curta história relevantes contribuições, entre elas, entrar na luta contra o coronavírus e salvar milhares de vítimas da covid-19. O desempenho do instituto permitiu a Secretaria de Saúde do DF ampliar os serviços na rede pública e garantiu o atendimento à população.
Segundo levantamento feito pelas oito unidades administradas pelo Iges, entre março de 2020 e janeiro de 2021, foram atendidas 91.123 pessoas diagnosticadas ou com suspeita de covid-19.
Desse total, 63.988 mil pessoas foram medicadas nas seis unidades de pronto atendimento (UPAs), 26.534 no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e 607 na UTI Covid-19 do Hospital de Base (HB), que recebeu apenas pacientes com enfermidades de maior complexidade, como câncer.
Com a pandemia, o modelo administrativo do Iges-DF foi testado e aprovado. O instituto respondeu com agilidade às demandas provocadas pela crise sanitária. Todas as unidades abriram suas portas para pacientes com covid-19, receberam novos equipamentos, ganharam mais insumos e ampliaram o número de profissionais de saúde.
“O Iges, com o apoio da Secretaria de Saúde, preparou-se para o atendimento à população na pandemia”, relata Marcelo Oliveira, presidente interino da instituição. “Contratou mais profissionais, mobilizou leitos de UTI, adequou suas estruturas físicas e adquiriu os insumos para tratamento dos pacientes suspeitos e/ou com infecção causada pelo novo coronavírus. É o Iges comprometido com a saúde no DF.”
No total, nas oito unidades, foram abertos 362 leitos exclusivos para pacientes com covid-19. As unidades também contaram com o reforço de 1.667 profissionais temporários. Os estoques de insumos foram ampliados e regularizados. Houve ainda a readequação da infraestrutura de todas as unidades para evitar a disseminação do vírus. Todas essas ações atenderam às diretrizes de prevenção pactuadas entre o Iges, a Secretaria de Saúde do DF e o Ministério da Saúde.
Abertura de leitos
A maior parte dos leitos foi aberta no HRSM. Primeiro, foram entregues 40 de unidade de terapia intensiva (UTI) com ventiladores, no quinto andar, com recursos do próprio hospital.
Depois, também com recursos próprios, foram abertos 36 leitos, sendo 20 de cuidados intermediários com respiradores e 16 de retaguarda com oxigênio. Esses leitos ocuparam parte do ambulatório do hospital, em uma área isolada para funcionar como pronto-socorro para a covid-19. Posteriormente, foram contratados 50 leitos de UTI com respiradores e disponibilizados 45 leitos de enfermaria, abertos com recursos próprios.
No HB, em área reservada e isolada, outros 66 leitos de UTI com suporte ventilatório foram abertos para pacientes com coronavírus, sendo que 20 deles foram operados por empresa terceirizada. A direção do hospital direcionou equipes completas para atender apenas casos específicos de pacientes imunodeprimidos, como aqueles com câncer e trauma.
Na UPA do Núcleo Bandeirante, 42 leitos de UTI com respiradores foram montados sob contrato. Outros 30 leitos foram abertos em Ceilândia (10 próprios de observação e 20 de UTI com respiradores contratados), 30 em Sobradinho (20 de UTI com respiradores contratados e 10 próprios de observação) e 23 em São Sebastião (10 de UTI sob contrato e 13 próprios de observação).
De março a junho de 2020, foram atendidos 26.534 pacientes no Hospital de Santa Maria e 607 na UTI Covid-19 do Hospital de Base. Já as seis UPAs atenderam 63.988 pacientes. Foram 17.853 no Núcleo Bandeirante, 12.766 em Samambaia, 12.452 em Ceilândia, 10.076 em Sobradinho, 6.079 em São Sebastião e 4.762 na UPA do Recanto das Emas.
Tendas para casos suspeitos
O Iges montou, nas UPAs e no HRSM, postos de atendimento rápido para casos suspeitos em tendas com estrutura reforçada e adequada. Elas contaram com equipes compostas por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.
A tenda de Santa Maria funcionava de forma articulada com o pronto-socorro montado para covid-19 na unidade. Ao lado dela foram instalados dois sanitários com rede de água e esgoto para pacientes e com higienização frequente.
Reestruturação das unidades
As unidades do Iges-DF passaram por diversas adequações para atender pessoas com covid-19. No Hospital de Base, o pronto-socorro foi dividido em duas alas, sendo que a norte continua fazendo o atendimento rotineiro das doenças comuns e a sul está restrita para atendimento da covid.
Todas as instalações do pronto-socorro passaram por reestruturação, com reforço de itens como pontos de transmissão de gases medicinais e iluminação, além da instalação de mais dois equipamentos de ar-condicionado.
Outra ação foi definir rotas de saída de materiais e resíduos para evitar contaminação. Para o complemento do atendimento das especialidades no pronto-socorro, uma tenda foi montada no ambulatório para o serviço 24h de ortopedia, onco-hematologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e urologia. O espaço conta com sala de acolhimento, classificação de risco, box de emergência com dois leitos, banheiros e espaço para espera.
No ambulatório do Hospital de Base também foi montada uma sala exclusiva com cinco leitos para pacientes da neurocardiologia. A sala foi criada para que os enfermos não corressem o risco de serem contaminados por outras doenças.
O Base recebeu ainda o reforço de 33 carrinhos de emergência usados em ocorrência de parada cardiorrespiratória. Dessa forma, conseguiu suprir os setores que passaram a atender pacientes com covid-19 referenciados, bem como outras áreas que precisavam desses carrinhos.
Cuidado com os profissionais
Durante a pandemia, o Iges-DF está mantendo todos os estoques de equipamentos de proteção individual (EPIs) abastecidos, o que inclui itens essenciais como luvas, óculos, protetores faciais, capotes, máscaras e macacões protetores.
Além disso, os profissionais da linha de frente recebem, periodicamente, cursos de capacitação, chegando a mais de 10 mil participantes desde o início da pandemia. Nos cursos, foi dado ênfase ao correto uso dos EPIs, ao distanciamento social e à segurança à saúde daqueles que atendem diretamente pacientes com covid-19.