Ação já beneficiou 86 pacientes que aguardavam cirurgias em toda a rede. A ideia é acelerar atendimentos de pacientes internados que não tenham covid-19
Forças-tarefas para cirurgias e outros procedimentos com foco na desospitalização de pacientes começaram a ser realizados no Hospital de Base para atender internados em toda a rede pública de saúde no DF. A iniciativa é promovida pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por intermédio do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGESDF) e Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) para acelerar o atendimento de pacientes que não têm covid-19 e estão internados por outras doenças.
A primeiro ação foi realizada no Hospital de Base, durante o último final de semana (17 e 18/7), quando 46 cirurgias foram feitas entre cateterismos e angioplastias. A segunda começou na terça-feira (21) e vai até sábado (25), beneficiando mais 40 pacientes que aguardavam cirurgia urológica. Com isso, 86 pacientes já foram beneficiados.
A ideia é que os atendimentos ocorram sempre no Hospital de Base, unidade de alta complexidade da rede. Nas próximas semanas, serão beneficiados os pacientes de ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia, além da oncologia, cardiopatias e neurologia que são referenciados pela SES-DF para o HB.
“Sabemos do impacto que o coronavírus está causando em todo o sistema de saúde, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Também temos consciência de que as outras doenças continuam. Por isso, vamos fazer essas forças-tarefas sem deixar de cuidar da covid-19, área que já recebeu muitos investimentos para garantir o atendimento da população”, ressaltou o diretor-presidente do IGESDF, Sergio Costa.
O gerente Geral de Assistência do Hospital de Base (HB), Lucas Seixas, destacou que o foco é fazer com que os pacientes tenham suas cirurgias realizadas e permaneçam o menor tempo possível no ambiente hospitalar.
“Vamos trabalhar com foco e mecanismos para minimizar os impactos do coronavírus no dia a dia dos hospitais da rede. Apesar de as cirurgias eletivas estarem suspensas, não vamos deixar os pacientes que já estão internados e aguardando cirurgias, desassistidos”, afirmou o gerente.
FORÇA-TAREFA NA HEMODINÂMICA – Para a ação que ocorreu no final de semana, o Núcleo de Hemodinâmica organizou protocolos para que os pacientes contemplados pelo atendimento realizessem os procedimentos com toda a segurança.
De acordo com o chefe do núcleo, Raphael Lanza, todos os pacientes beneficiados passaram por testes rápidos para descartar qualquer possibilidade de contaminação por coronavírus.
“Quatro médicos, dois enfermeiros e cinco técnicos em enfermagem fizeram revezamento para a realização dos procedimentos. Além disso, todas as precauções foram tomadas”, explicou.
Para pacientes como a dona Jordelina Suares, de 75 anos, a ação veio em boa hora. “Estou internada no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) há 20 dias. Sofro com problemas cardíacos já há algum tempo e esse procedimento vai me auxiliar bastante. Estou muito feliz de ter conseguido esse atendimento”, declarou.
O Núcleo de Hemodinâmica do HB funciona diariamente, inclusive aos finais de semana, de 7h à meia-noite, para dar todo suporte possível à rede de saúde pública do DF.
CATETERISMO – O cateterismo cardíaco é considerado um procedimento invasivo e utiliza uma sonda ou cateter para identificar doenças obstrutivas, bem como obter detalhes anatômicos das cavidades ou das válvulas do coração.
UROLOGIA – O médico urologista, Guilherme Coaracy, destaca que no início da pandemia o fluxo de atendimentos cirúrgicos estava sendo mantido, porém, com o aumento dos casos, foi preciso realizar a diminuição dos procedimentos.
“A pandemia impactou na prestação de serviço de várias maneiras. Mas, agora com a força-tarefa conseguiremos tirar os pacientes represados em fila, principalmente no pronto-socorro, e com doenças como câncer urológico que estavam aguardando”, destacou o médico.
O motorista Giordano Guerra Santiago, 43 anos, que aguardava um procedimento de retirada de pedras na bexiga há pouco mais de dois meses foi um dos contemplados pela força-tarefa.
“Logo que o diagnóstico foi definido, o médico me falou sobre a possível demora do procedimento devido à pandemia. No entanto, essa ação que o HB está realizando me trouxe alívio já que meu caso não sofrerá piora”, comemorou.
LOGÍSTICA – Para realizar o mutirão, a Superintendência Operacional do Hospital de Base preparou insumos, almoxarifado, mobilidade, transportes, gestão de leitos e equipes assistenciais, que trabalham diuturnamente.
Texto: Ailane Silva e Leilane Oliveira/ Agência IGESDF
Fotos: Davidyson Damasceno/ Agência IGESDF