A diretoria do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) apresentou, na quinta-feira (2), os números de seus indicadores e metas à Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle (CFGTC) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
O diretor-presidente do IgesDF, Dr Juracy Cavalcante Lacerda Jr, compôs a mesa ao lado da presidente da comissão, deputada Paula Belmonte (Cidadania), da deputada Dayse Amarilio (PSB) e do presidente do Conselho de Saúde do Distrito Federal Domingos Brito Filho. Também fizeram parte da mesa, durante o decorrer do dia, os deputados Jorge Vianna (PSD), deputado Pepa (PP), o deputado Pastor Daniel de Castro, mas não permaneceram durante toda a sessão.
A prestação de contas foi focada nos números e realizações da atual gestão, especificamente nos dados alcançados no 2º e no 3º quadrimestres de 2023. Os representantes legislativos ouviram as explanações sobre os cumprimentos de metas e os números de atendimentos relativos ao Hospital de Base, Hospital Regional de Santa Maria e as treze UPAs do DF.
Dr. Juracy Cavalcante Lacerda Jr respondeu a todos os questionamentos dos deputados e apresentou, com a ajuda dos superintendentes de cada área, os dados que mostram o crescimento dos indicadores do IgesDF em comparação com os de anos anteriores. Foram apresentados índices de qualidade e segurança do paciente, os dados financeiros, sobre as realizações na área de administração e logística, recursos humanos, inovação, ensino e pesquisa e tecnologia da informação.
Painéis de Informação criados pelo Instituto surpreenderam deputados
Ao final da sessão, foram apresentados os painéis de BI (Business Information) desenvolvidos pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Conectividade em Saúde.
O superintendente da área, Deilton Silva, apresentou os painéis da fila de atendimentos da UPAs, que serão de acesso da população, onde serão disponibilizados dados em tempo real da situação de cada unidade, número de pessoas que estão aguardando atendimento, os que já estão sendo atendidos e o tempo médio de espera para cada um, separados por classificação de risco. Os painéis chamaram muita atenção da deputada Paula Belmonte que elogiou a iniciativa.
A ideia dos painéis surgiu da necessidade de fornecer uma visão abrangente e atualizada dos dados relacionados à saúde, especialmente durante crises como a pandemia de Covid-19.
“A criação do painel de Perfil Epidemiológico foi realizada em resposta a uma solicitação da diretoria do IgesDF, que reconheceu a importância de uma ferramenta centralizada e de fácil acesso para monitorar e analisar os indicadores”, afirma o superintendente de TI, Deilton Silva.
Com a ferramenta, é possível gerir dados mais precisos como gêneros, tipo de atendimento, entender de onde veio aquele paciente e até identificar um aumento na incidência de algumas doenças durante um certo período, além de propor aos agentes públicos que tomem medidas para sanar o problema de forma preventiva.
A vantagem de ter uma ferramenta como essa é multifacetada. Primeiramente, ela permite uma visualização clara e em tempo real dos dados epidemiológicos, o que é essencial para a tomada de decisões informadas em saúde pública. Além disso, o Painel Epidemiológico pode auxiliar na identificação de tendências e padrões, facilitando a implementação de medidas preventivas e estratégias de intervenção mais eficazes.
O painel também promove a transparência e a comunicação efetiva com o público, fornecendo informações precisas e atualizadas sobre a situação epidemiológica em determinada região. “Em resumo, essa ferramenta é fundamental para o monitoramento e controle de doenças, contribuindo para a promoção da saúde e o bem-estar da população atendida pelo IgesDF”, explica Deilton Silva.
Números de atendimentos cresceram
O relatório dos indicadores mostrou que houve um aumento de 26% nos procedimentos realizados no Hospital de Base. Em sua apresentação, o superintendente do hospital, Guilherme Porfírio, destacou que o objetivo em relação a internações cirúrgicas foi superado em 9,6% no segundo quadrimestre e em 12,7% além da meta para o terceiro quadrimestre.
Ele ainda ressaltou que o Hospital de Base precisa se ater ao atendimento de alta complexidade e pediu atenção para que seja realizada uma campanha de conscientização da população para que procure as Unidades Básicas de Saúde antes.
Já a apresentação da superintendente do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Eliane Abreu, foi marcada pela informação de que mais de 40% de todos os atendimentos do HRSM são de pessoas que vivem fora do DF. Ela também destacou o aumento de 17% dos procedimentos realizados no hospital e os números de partos realizados lá. Foram superadas metas em 11 itens como, internações cirúrgicas, cirurgia obstétrica, entre outros.
Francivaldo Soares, superintendente das UPAs, apresentou dados relativos ao desempenho das unidades de pronto atendimento. Foram mais de 1,338 milhões de atendimentos realizados em 2023, o que representa 31% de aumento em relação ao ano de 2022. Ele ressaltou ainda que as UPAs realizam muitos atendimentos de classificação de risco verde, que deveriam estar sendo atendidos pelas UBS. “É um volume muito grande que a gente atende e poderia dedicar melhor nosso cuidado, atenção e recursos para atender aqueles que realmente deveriam estar nas UPAS”, lembra.
A deputada reconheceu que o período já representou um grande avanço na melhoria do atendimento de saúde da população, mas cobrou da diretoria do IgesDF dados financeiros mais detalhados. Os deputados questionaram também os processos seletivos e pediram outras informações sobre os contratos da Instituição.
Camiseta “Orgulho de ser IgesDF” foi notada pelos deputados
Os colaboradores administrativos do IgesDF compareceram em peso para expressar seu apoio à nova gestão e evidenciar as melhorias implementadas. Vestindo orgulhosamente a camisa com a expressão “Orgulho de ser IgesDF”, os colaboradores transmitiram uma mensagem não apenas de confiança, mas de esperança no futuro da saúde pública no Distrito Federal.
A iniciativa foi recebida com estranheza por alguns deputados, que ao decorrer da sessão chegaram a criticar o apoio. A iniciativa de comparecer à audiência e usar as camisetas foi totalmente dos colaboradores: “Estamos vendo as coisas acontecerem. Sabemos que tem muito a melhorar, mas queremos ser reconhecidos como cidadãos brasilienses dedicados à saúde do DF”, explica a superintendente do HRSM, Eliane Abreu.
Em meio a críticas e desafios, os funcionários do IgesDF demonstraram sua entrega e não se abateram: “A gente é orgulho de ser Iges, mas primeiro a gente tem orgulho de ser brasiliense e queremos a melhoria da saúde”, destaca a assessora de comunicação do Instituto, Roberta Diniz.
Ao final da sessão, a presidente da comissão, deputada Paula Belmonte, entendeu a valorização do trabalho realizado pela atual gestão pelos colaboradores. “Vejo que tudo caminhou bastante e entendo perfeitamente vocês usarem essa camiseta. É algo que tem que ser valorizado também. Entendo a valorização do lugar onde trabalham e construindo juntos, tem muita coisa boa que podem ser conquistadas. A entrega desse painel, apesar de ainda achar que está aquém para o que precisamos de transparência, já é um grande passo. Quero que esses painéis melhorem, pois é um grande passo para a saúde pública do DF e se Deus quiser poderemos implementar em outras áreas”, finaliza a parlamentar.