Um ano se passou desde que os corredores do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) se encheram de histórias de empatia e dedicação. Foi quando os maqueiros, com sua missão de transportar pacientes, também trouxeram um novo nível de humanização para a instituição.
Antes, a tarefa de transportar pacientes ficavam por conta dos enfermeiros e técnicos de enfermagem. No entanto, em julho de 2022, o HRSM deu as boas-vindas à sua primeira equipe de maqueiros, cuja missão foi conduzir macas e cadeiras de rodas e realizar as movimentações intra-hospitalares dos pacientes.
Para Márcia Darlene Lemos, chefe do Núcleo de Mobilidade (NUMOB) do HRSM, a profissão de maqueiro vai além do transporte de pacientes. “É acolhimento, troca e cumplicidade. Esses profissionais acompanham os pacientes em exames, cirurgias, altas e compartilham momentos cruciais em suas vidas” explicou Márcia.
Raul Alex, de 32 anos, um dos primeiros contratados, lembra da celebração no atendimento após a implantação do setor no HRSM, aliviando a carga dos colaboradores, especialmente da equipe de enfermagem.
A superintendente do HRSM, Eliane de Abreu, relembrou a importância das mudanças trazidas pela Resolução n.° 0588/2018 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que contribuiu para a contratação dos maqueiros no hospital. Com admiração, ela os apelidou de “Turma do Movimento” e ressaltou a responsabilidade do cuidar. “… não tem preço. Um valor em saúde que a classe de vocês nos ajuda a entregar”, disse.
A profissão de maqueiro não apenas inspira, mas também serve como pilar para muitos profissionais se aprimorarem e buscar outras oportunidades. “Hoje, temos maqueiros que se tornaram advogados, médicos e enfermeiros, o que demonstra que essa profissão pode ser um meio para um futuro brilhante”, conta a chefe do NUMOB.
Para Elaine Silvestre, gerente geral de pessoas, é motivo de alegria ver ex-colaboradores do IgesDF progredirem graças ao projeto. “Orgulho do projeto ter rendido frutos e ter proporcionado melhoria na qualidade de vida de pessoas. Orgulho em fazer parte da história de vocês”, afirmou com carinho.
Exemplos que inspiram
David Edson, de 36 anos, é um exemplo inspirador. Iniciou como auxiliar de serviços gerais e hoje maqueiro do IgesDF cursa o 5.º semestre de enfermagem, buscando uma vida melhor para seus quatro filhos. Ele destaca a importância do maqueiro na vida dos pacientes: “Você pode ser a última pessoa que o paciente pode ver.”
Davi Cordeiro Azevedo, de 19 anos, começou como maqueiro, trabalha atualmente como técnico em enfermagem do Instituo e agora cursa odontologia, com planos de continuar sua jornada no IgesDF. “O Iges abre portas e dá oportunidades”, concluiu Davi.
Mateus Guimarães, de 31 anos, relata a gratificante experiência e sua transformação de maqueiro para advogado. “Acredito que não podemos mudar o mundo, mas conseguimos mudar um pouco com nossas profissões.” refletiu.
Fábio Neris, de 36 anos, também compartilhou sua jornada. Após trabalhar como maqueiro, ele escolheu seguir o caminho da advocacia, mas nunca esqueceu dos contatos com pacientes e dos vínculos que construiu durante o tempo que esteve no HRSM.
A Festa
A celebração foi marcada por depoimentos emocionantes, agradecimentos, homenagens e a presença de colaboradores e gestores do IgesDF, um café da manhã especial que reforçou os laços e, claro, música que ressoou com o espírito de união que os maqueiros trouxeram ao HRSM.
Letícia Marques de Sousa, de 18 anos, jovem aprendiz do setor, acompanhada dos acordes do violão de Rodrigo Esteves de Melo (23), prestaram sua homenagem, e mostraram uma equipe repleta de talentos.
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