Quando se fala em médico patologista, grande parte das pessoas podem pensar que é somente o especialista que cuida de mortos. Na verdade, o médico patologista é o profissional que salva vidas de milhares de pessoas através de seu diagnóstico. Pouco conhecido, mas extremamente necessário, é ele quem faz, diariamente, a análise e o diagnóstico de diversas doenças. Todo e qualquer resultado de exame que precisa passar por análise de material biológico humano passa pelas mãos e é laudado por um patologista. Atualmente, no Brasil, a especialidade médica trabalha 90% dos casos com pacientes vivos.
O médico especialista que estudou a Anatomia Patológica, também chamada de anatomopatologia, é um profissional fundamental para o exercício da medicina e para a manutenção da saúde da população. Ele trabalha em hospitais, laboratórios e universidades, realizando diagnósticos de doenças, analisando biópsias, órgãos e tecidos retirados dos pacientes, atuando, assim, em praticamente todas as áreas da medicina.
“Esta é a especialidade médica que estuda o funcionamento do corpo e a biologia das doenças que nos afetam, inclusive o câncer. Esse conhecimento dá ao médico patologista a capacidade de identificar a situação de órgãos e tecidos do paciente, obtendo os mais variados e inúmeros diagnósticos, tanto a olho nu como em microscópio”, explica a médica patologista e Responsável Técnica do Laboratório de Anatomia Patológica do HRSM, Aline de Fátima Filha Santos.
Portanto, o patologista realiza a análise especializada de todos os materiais biológicos humanos (tecidos, órgãos, esfregaços e líquidos) saudáveis ou não, provenientes de diferentes áreas das demais especialidades médicas e odontológicas, (mastologia, ginecologia, hepatologia, dermatologia, nefrologia, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia geral, neurologia, etc).
De acordo com Aline, o diagnóstico pode ser feito de várias formas, seja com a análise visual dos órgãos, a avaliação microscópica das alterações dos tecidos, exame imuno-histoquímico ou mesmo com métodos de identificação das proteínas celulares, analisando o DNA e RNA das células.
“Todos os exames designados, anatomopatológicos, imuno-histoquímicos e citopatológicos, são analisados apenas pelos patologistas, pois somente eles têm o conhecimento altamente especializado para o diagnóstico de doenças a partir desse estudo realizado com o material obtido por aspirações, esfregaços, biópsias e/ou cirurgias”, informa.
Trabalho minucioso
Por mais que muitos pensem que esses laudos são obtidos de forma automática por uma máquina, é um trabalho artesanal, em que o especialista seleciona de forma individual as amostras para estudo microscópico e que o outro profissional pode ler e expor verbalmente ao paciente o diagnóstico dado pelo patologista.
Hoje, o Hospital Regional de Santa Maria tornou-se referência cirúrgica na região de Saúde Sul e, portanto, necessita de um trabalho de qualidade dos profissionais no Laboratório de Anatomia Patológica. Todos os órgãos e fragmentos de biópsias ou líquidos do corpo humano, de todo o hospital, são enviados e recebidos no laboratório, processados e finalmente, analisados microscopicamente pelo médico patologista. Em todo o ano de 2023, o Laboratório de Anatomia Patológica do HRSM laudou um total de 7.225 pacientes. Já neste ano, de janeiro até o momento, foram feitos 1.583 laudos.
“É um trabalho bastante minucioso, que demanda tempo e paciência, pois são vários processos pelos quais essas amostras passam até chegar à lâmina (imagem) e ser analisada no microscópio”, explica o médico patologista do HRSM Rômulo Fássio.
Atualmente, a média de tempo gasto entre a entrada de um material para análise e saída do laudo com diagnóstico no Laboratório de Anatomia Patológica do HRSM é de 15 dias úteis. Hoje, são três médicos patologistas atuando no HRSM.
“Somos responsáveis por laudos diagnósticos de variados tipos de doenças cancerígenas ou não da mama, rim, intestino, tireoide, hematologia, entre outros. Dessa forma, nossos médicos patologistas dedicam-se a um estudo intenso e diário, considerando as atualizações de protocolos constantes e as milhares de doenças do corpo humano”, conclui Aline.