O dia 31 de dezembro de 2024 será inesquecível para Daniel Nunes da Silva, de 47 anos, paciente residente do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) há quatro anos. Neste último dia do ano, ele recebeu uma cadeira de rodas motorizada, equipamento que representa mais do que uma simples melhoria em sua mobilidade. Para Daniel, que perdeu as duas pernas devido a complicações clínicas, resultado de sua internação após ter sido vítima de um ataque por arma branca.
Apesar das diversas tentativas de ser realizada a sua desospitalização por parte da assistente social Carla Vargas, Daniel ainda aguarda ser aceito por alguma instituição de apoio para continuar sua recuperação fora do Hospital de Base. Durante os últimos anos, ele tem enfrentado uma série de complicações decorrentes do incidente que quase tirou sua vida. Além da perda das pernas, o paciente também sofreu danos no braço direito, mas, no entanto, seu estado cognitivo se manteve preservado, e ele nunca deixou de nutrir o sonho de recuperar a autonomia, apesar das limitações impostas pela sua condição.
A terapeuta ocupacional Mariana Borges, que acompanha Daniel durante o processo de reabilitação, lembra com carinho o início da jornada. “Nos nossos primeiros atendimentos, ele me pediu para ajudá-lo a voltar a andar. Eu expliquei que, pelas condições dele, não seria possível, mas prometi que faria o que fosse possível para garantir que ele tivesse mais independência”, conta.
De acordo com a Gerente da Equipe Multiprofissional, Niedja Bartira, o time de colaboradores da equipe multiprofissional realiza um trabalho com o paciente de forma integral dentro do Hospital de Base. “A equipe cuida do paciente com um olhar humanizado, que vai desde o acompanhamento psicossocial, avaliando uma forma de reabilitar o paciente para seu retorno à sociedade, garantindo a ele um pouco mais de dignidade de vida”, completa.
A promessa de Mariana, portanto, foi cumprida com a solicitação de uma cadeira de rodas motorizada junto à Oficina de Órteses e Próteses do DF. Após uma série de ajustes e protocolos, a cadeira finalmente foi entregue a Daniel, exatamente no último dia do ano, uma data simbólica que marca o fim de um ciclo e o início de uma nova fase para o paciente.
Daniel ficou visivelmente emocionado com a entrega do equipamento e agradeceu a toda a equipe do Hospital que fez questão de levar a cadeira até ele e comemorar a sua conquista. “Conseguir essa cadeira motorizada para ele mostra que, mesmo nas situações mais difíceis, não podemos perder as esperanças”, lembra Mariana.
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) que administra o Hospital de Base acredita na humanização no atendimento como um dos pilares de sua missão e a história de Daniel mostra o esforço de todos os colaboradores em cumprir a premissa. Enquanto aguarda a instituição que irá acolhê-lo, Daniel se sente mais preparado para encarar os desafios da vida com mais autonomia.
