O governador Ibaneis Rocha vai inaugurar em setembro duas das sete Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) que o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IGESDF) vem construindo. Até novembro, mais cinco unidades serão entregues. A informação foi dada nesta quinta-feira (12) pelo diretor-presidente do instituto, Gilberto Occhi, ao participar de uma sessão da Comissão Geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) que discutiu a situação administrativa e financeira do IGESDF.
Em três horas de sessão, Occhi apresentou um amplo balanço sobre os resultados obtidos desde março deste ano, quando assumiu a presidência da instituição. Entre as ações, destacou a construção das UPAs da Ceilândia e do Paranoá, que serão inauguradas no final de setembro; as do Riacho Fundo II e Gama, previstas para outubro; e as de Planaltina, Brazlândia e Vicente Pires, a serem entregues em novembro, conforme cronograma destacado pelo presidente. Ele acrescentou que o Instituto já está selecionando 1.015 colaboradores de diversas profissões para atuarem nas sete UPAs.
UPA | % Executado até 07/2021 | Previsão de entrega* |
Ceilândia | 99% | Setembro |
Paranoá | 98% | Setembro |
Riacho Fundo II | 87% | Outubro |
Gama | 84% | Outubro |
Planaltina | 75% | Novembro |
Brazlândia | 70% | Novembro |
Vicente Pires | 63% | Novembro |
*A previsão de entrega pode ter variação de até 30 dias.
Folha de pagamento
Outro tema destacado foi a redução da folha de pagamento do instituto. Segundo balanço do IGESDF, em janeiro de 2021 o custo da folha era de R$ 73,5 milhões com 9.502 colaboradores. Em março daquele ano, quando Occhi assumiu, a despesa caiu para R$ 69,3 milhões e o quadro de pessoal foi reduzido para 8.713 colaboradores.
Em julho, após a reestruturação administrativa implementada por Occhi, a folha baixou para R$ 49,3 milhões e o número de colaboradores ficou em 8.204. Assim, ao final do primeiro semestre a instituição economizou R$ 24,2 milhões em salários de colaboradores.
Regularização de dívidas
Gilberto Occhi também falou sobre a dívida que herdou ao chegar ao IGESDF e o que vem sendo feito para abater e regularizar o pagamento dos débitos. Balanço do instituto mostra que em fevereiro deste ano, a dívida total estava em R$ 326,9 milhões, dos quais R$ 190 milhões eram com fornecedores. Em junho, a dívida total caiu para R$ 297,1 milhões, sendo que o débito com os fornecedores baixou para R$ 136,7 milhões.
Occhi acrescentou que a dívida trabalhista somava em fevereiro R$ 77,1 milhões, caindo em junho para R$ 72,8 milhões. “A nossa dívida trabalhista está toda regularizada, o que conseguimos a partir de parcelamentos junto à Caixa Econômica Federal, à Fazenda Nacional e à Receita Federal. Todos esses encargos estão sendo pagos em dia”, garantiu. “Também estamos pagando em dia a Secretaria de Saúde, que faz os descontos mensalmente”.
Produtividade
O presidente do IGESDF apresentou diversos dados sobre a prestação dos serviços médicos e assistenciais. Segundo o balanço, de janeiro a dezembro de 2020 o Hospital de Base (HB) realizou 1.676.212 atendimentos, entre internações, consultas médicas e de nível superior (terapêuticas, enfermagem e outras), ações de urgência e procedimentos de média e alta complexidade, além de transplantes de órgãos e tecidos. De janeiro a julho de 2021, em plena pandemia, foram totalizados 1.124.351 atendimentos. Assim, pouco mais de um ano e meio o HB realizou 2.800.563 procedimentos.
Já o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) realizou 1.063.314 procedimentos em 2020, entre internações, partos (cesáreos e normais), consultas, atendimentos de urgência e procedimentos de média e alta complexidade. Nos sete primeiros meses de 2021 foram 439.397 atendimentos. Dessa forma, no período o HRSM respondeu por 1.502.711 procedimentos.
O balanço mostra ainda que as seis UPAs administradas pelo IGESDF (Ceilândia, Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas, Samambaia, São Sebastião e Sobradinho) realizaram 444.144 mil atendimentos médicos e de urgência em 2020, além de 301.565 entre janeiro e julho de 2021. Assim, entre janeiro de 2020 e julho de 2021 foram feitos 745.709 procedimentos.
Combate à pandemia
O presidente do IGESDF disse ainda aos parlamentares que o instituto investiu quase R$ 200 milhões no combate à pandemia. Dos 1.000 leitos que o instituto mantém no Hospital de Base e no Hospital Regional de Santa Maria, 379 foram destinados exclusivamente para pacientes com covid-19. Toda a rede de saúde mantida pelo IGESDF atendeu 190.707 pacientes suspeitos ou diagnosticados com covid-19.
O instituto investiu também em mão-de-obra. Contratou 1.425 profissionais temporários de diversas categorias para enfrentar à pandemia. Nesse período, foi implantado o serviço de Telemedicina, em que médicos de diversas especialidades passaram a discutir, por meio de videochamadas, o quadro clínico de pacientes com covid-19, buscando soluções para recuperá-los.
Funcionamento do PET CT
Occhi falou também sobre a instalação e funcionamento do aparelho PET CT do Hospital de Base, máquina que faz exames de imagens. O equipamento adquirido há oito anos e ainda não entrou em operação porque os gestores da época não construíram a estrutura necessária para que a máquina pudesse funcionar.
O presidente do instituto anunciou que o equipamento vai entrar em operação em novembro deste ano. Para isso, dois grandes entraves já foram resolvidos: a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) autorizou o funcionamento da máquina e as instalações para abrigar a máquina foram concluídas. A última fase, segundo Occhi, já está em andamento: o treinamento dos profissionais que vão operar o aparelho.
O presidente do IGESDF participou da sessão da Câmara acompanhado pelos seguintes dirigentes: Mariela Jesus, vice-presidente; Emanuela Ferraz, diretora de Inovação, Ensino e Pesquisa; e Jair Tabchoury, diretor de Atenção à Saúde. Estiveram presentes à sessão, presidida pelo deputado Chico Vigilante (PT), os seguintes parlamentares: Rodrigo Delmasso (PR), Hermeto (MDB), Arlete Sampaio (PT), Leandro Grass (Rede), Júlia Lucy (Novo), Eduardo Pedrosa (PTC) e Fábio Felix (PSoL).