Com o auditório do Hospital de Base lotado, o primeiro dia do IV Congresso de Inovação, Ensino e Pesquisa do IgesDF 2024 trouxe palestras e discussões importantes para a saúde pública. O evento conta com mais de 2.100 inscritos, entre participantes presenciais e online, e tem como tema a exploração de soluções inovadoras nos sistemas de saúde.
O Dr Rodrigo Caselli, chefe do Trauma do Hospital de Base, deu início aos trabalhos do dia com a sessão temática sobre “Integração Multidisciplinar no Atendimento ao Trauma: Desafios e Soluções”. Em sua explanação, Dr Caseli explorou como diferentes especialidades colaboram efetivamente durante o atendimento a pacientes traumatizados e como identificar os desafios comuns.
De acordo com ele, é essencial para um Hospital como o HBDF ter uma equipe preparada para poder atender o paciente traumatizado grave. “Está provado na literatura que um time treinado e organizado reduz o tempo, reduz a mortalidade, reduz a morbidade desses pacientes”, disse. Segundo Caselli, é possível utilizar recursos próprios do Hospital como recursos humanos e materiais, e tentar transformar e realizar uma capacitação efetiva e com custo-benefício extremamente efetivo.
Caseli demonstrou também como foi a experiência do Hospital de Base na montagem dessa equipe de trauma. “Temos pessoas capacitadas que podem ministrar treinamentos e um centro de trauma, com todos os equipamentos possíveis, então o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal, pode se transformar em uma matriz de treinamento, para trazer outros serviços para treinar aqui”, concluiu.
Em seguida, residentes apresentaram trabalhos submetidos à Gerência de Pesquisa. Após o intervalo para o almoço, com o tema “Desmistificando a IA e como utilizá-la na Prática Médica”, o Dr Chao Lung Wen, chefe da disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, falou sobre os avanços do uso da tecnologia, principalmente de Inteligências Artificiais e robôs no atendimento de alta complexidade aos pacientes, como em cirurgias que exigem grande precisão.
De acordo com ele, “até 2030, o serviço de saúde não estará mais vinculado apenas a consultórios e hospitais apenas, mas será expandido para dentro da casa das pessoas porque estaremos trabalhando com casas conectadas e inteligentes”. Ele demonstrou, com exemplos práticos, robôs de telepresença que poderão realizar tele monitoramentos de pacientes crônicos em casa.
Em seguida foi realizada uma mesa redonda sobre Inovação na experiência do paciente com o Superintendente de Qualidade e Melhoria Contínua de Processos do IgesDF, Clayton Sousa, com a Gerente Geral de Humanização e Experiência do Paciente do IgesDF, Anucha Soares e com a diretora de práticas assistenciais no Hospital de Criança de Brasília, Simone Prado de Lima Miranda.
Simone compartilhou um pouco sobre como o Hospital da Criança vem trabalhando na Experiência do Paciente na Unidade, com ações simples como a decoração das paredes e atividades lúdicas, e até ações mais complexas como a avaliação de resultados assistenciais. “A criança tem que se tratar no nosso hospital, mas tem que continuar a ser criança, então temos professoras que vão dar aula para os internados, e fazemos questão que a criança tenha um tempo para brincar também”, disse Simone.
Anucha Soares compartilhou sobre as realizações de sua equipe na Gerência de Humanização e Experiência do paciente. A gerente contou sobre a origem do Programa Humanizar idealizado pela primeira-dama do DF, Mayara Noronha e sobre como os auxiliares de humanização ajudam no dia a dia das unidades do IgesDF. Anucha falou também sobre a implementação de ferramentas como a pesquisa de Net Promoter Score, o Prontuário Afetivo e a alta humanizada, entre outros.
Segundo Clayton, “não existe experiência do paciente se a gente não trabalhar os nossos colaboradores. Não existe promover uma experiência que encante o paciente se não houver um bom clima organizacional e boas relações de trabalho”, explicou.
A jornada foi encerrada com a palestra sobre o tema “O Dilema do Chip da Beleza” realizada pela cardiologista Dra. Alexandra Mesquita. Na palestra, a médica discorreu sobre o crescente aumento de doenças cardiovasculares em mulheres por conta de implantes hormonais manipulados. De acordo com ela, a busca do corpo perfeito, incentivados pela mídia e influenciadores fitness, têm criado um grande ônus para a saúde da população.
O IV Congresso de Inovação, Ensino e Pesquisa do IgesDF 2024 se encerra no dia 28/11, com mais palestras sobre inovações na área da saúde, trocas de experiências e com o resultado da premiação dos trabalhos premiados.