A abertura da Semana da Enfermagem ocorrida nesta sexta-feira (12), no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), foi marcada por homenagem aos profissionais que fazem a diferença no atendimento diário de 2 mil pacientes.
Também o evento foi marcado por pronunciamentos de comemoração ao avanço do movimento em defesa do novo piso salarial da categoria em todo o país por conta de lei publicada no Diário Oficial da União do mesmo dia.
“Hoje a enfermagem do Hospital de Base está dentro dos compromissos da instituição em prestar um serviço de qualidade aos pacientes”, afirmou a chefe da Enfermagem do HBDF, Tatiane Machado. Ela saudou o gerente de Serviços Cirúrgicos do HBDF, Marco Antônio Magalhães, que representou o novo superintendente do hospital, Bruno Sarmento, empossado na quarta-feira desta semana (10).
“Todo os dias a luta que a gente tem que estar mostrando que a Enfermagem é uma profissão regulamentada, com legislação, descrição do cargo e dos serviços que a gente tem de fazer e nós não somos substitutos daquilo que não tem dono e não tem responsável”, destacou a chefe da Enfermagem, que está há um ano no cargo. E arrematou: “A gente não é anjo de Enfermagem”.
Acrescentou que as homenagens aos colaboradores fazem parte das atividades da organização e fez uma ressalva: “Mas o reconhecimento que a gente quer é um bom salário”. Foi uma referência à publicação no Diário Oficial da União desta sexta-feira da lei que libera R$ 7,3 bilhões para o pagamento do piso da enfermagem nos Estados e municípios.
Comprometimento
“Foi uma vitória”, sublinhou, arrancando aplausos de dezenas de enfermeiras e enfermeiros que lotaram o auditório do hospital .“Isso é valorizar, é mostrar o que a gente faz. Normalmente só aparece o que é ruim”, lamentou.
Por isso mesmo, Tatiane defendeu que a categoria precisa de divulgação positiva. “A gente quer mostrar o que faz de bom, e a gente faz muita coisa boa. A gente faz o nosso trabalho bem, mas o que aparece é o erro, às vezes aquilo que a gente deixa de fazer por falta de algum suporte, de alguma situação. Mas, no geral, a gente faz o que tem que fazer. Nunca vi, no que a gente propôs, alguma coisa ser deixada de fazer por falta de comprometimento, por pura irresponsabilidade ou por alguma situação ‘ah, não quero fazer’,” pontuou.
Ação no STF
Em seguida, o diretor Newton Batista, do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF), destacou que a lei publicada é apenas uma parte do que é necessário alcançar para a implantação do piso nacional. Citou outras ações que estão em andamento para efetivar o novo quadro salarial. E citou que o novo piso já passou pela Câmara Legislativa, e agora a entidade aguarda a regulamentação da lei no DF.
Newton anunciou que tudo isso será apresentado ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi responsável pela suspensão da lei aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado e que autoriza o repasse de recursos para estados e municípios como forma de assistência financeira ao pagamento do piso.
A lei do piso salarial para profissionais de enfermagem prevê os seguintes valores: Enfermeiros: R$ 4.750; Técnicos de enfermagem: R$ 3.325; Auxiliares de enfermagem: R$ 2.375; e Parteiras: R$ 2.375.
O evento foi prestigiado pelo deputado distrital Jorge Vianna (PSD), enfermeiro e servidor do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência). Ele destinou R$ 38 milhões em emendas individuais à saúde pública do DF para compra de medicamentos, equipamentos e conservação de unidades hospitalares, reestruturação e construção de bases do Samu.
Soluções
“A enfermagem é realmente quem toca o hospital”, disse o gerente de Serviços Cirúrgicos do HBDF, Marco Antônio Magalhães, representante da direção do HBDF. “Precisamos [da Enfermagem] para quem precisa, que é o paciente. Além de todas as lutas que a Enfermagem está travando, como é o piso — parabéns a todos vocês! —, o que mais toca é tratar o paciente”.
Assinalou que a direção do hospital está empenhada em dar melhores condições para que a Enfermagem exerça a sua profissão de atendimento ao paciente. “A gente conta com o apoio da Câmara Legislativa”, citando o deputado Jorge Vianna.” Temos o apoio do governador Ibaneis Rocha e também da presidência do IgesDF, que é nosso empregador”, complementou, numa referência ao presidente da instituição empossado em abril, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, que é pós-graduado em Gestão Hospitalar e Operacional pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
Marco Antônio fez um apelo aos enfermeiros presentes e homenageados. “O Pronto-Socorro está com 200 pacientes. É impossível o médico, a Enfermagem e qualquer pessoa trabalhar com 200 pacientes internados naquele lugar. Eu queria pedir que dessem uma nova olhada em todos os leitos que estão travados no hospital para a gente subir esses pacientes”.
O Pronto-socorro do HBDF tem capacidade para 90 pacientes, mas normalmente opera acima de sua capacidade, por ser uma unidade porta aberta e que recebe pacientes de todas as regiões, para prestar o maior número de assistência possível, ainda que muito acima de sua capacidade ideal.
Por fim, ele disse que a categoria não merece apenas um, mas sim um ano alusivo à Enfermagem.