O Serviço de Farmácia Clínica do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) realizou cerca de 12 mil intervenções voltadas para a segurança dos pacientes em 2022.
Mais de 30% desse número está relacionado ao uso adequado de antimicrobianos, medicamentos empregados para combater infecções, inclusive a hospitalar. Além de proporcionar maior segurança para o uso de medicamentos, as ações provêm economia que somam R$ 3,2 milhões em recursos públicos no período de 2020 a 2022.
Esses indicadores de segurança e economia foram apresentados no dia 25 de maio pela equipe da Farmácia Clínica do HBDF durante reunião com três representantes da Gerência de Assistência Farmacêutica Especializada —Gafae, da Diretoria de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde do DF — SES.
O Hospital de Base é administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal — IgesDF. Na visita, foi apontada a adoção dessa experiência de indicadores na Secretaria de Saúde com vista a melhor aproximação entre as unidades da SES com as do Instituto.
Pilares clínicos e humanísticos
“A Farmácia Clínica do Hospital de Base existe desde 2015 e hoje é uma referência no DF e valorizada pela forma como é realizada”, destacou a chefe dessa unidade no HBDF, a farmacêutica clínica Nathalia Lobão. “A equipe é formada hoje por 16 farmacêuticos clínicos. Os nossos pilares precisam se fundamentar em desfechos econômicos, sim, mas, sobretudo, clínicos e humanísticos. É esse o grande desafio de mensurar as ações farmacêuticas no Hospital de Base”.
Esclareceu que a redução do gasto com medicamentos não representa uma economia puramente pela economia. “As ações farmacêuticas e sua mensuração visam sempre ações que culminam em segurança, o que impacta direta ou indiretamente em economia”, explicou.
Detalhou ainda que a economia ocorre diretamente quando há a identificação de que um medicamento não é necessário, por exemplo. Na forma indireta, acrescentou, há economia porque o trabalho dos farmacêuticos está relacionado também à prevenção de eventos adversos relacionados a medicamentos, o que pode prolongar a estada hospitalar do paciente, demandando uma necessidade maior de recursos.
Também a gestora citou que a economia é provida quando se usa os recursos adequadamente, como medicamentos específicos de protocolos do Ministério da Saúde.
Melhores práticas
A visita foi realizada com o objetivo de buscar experiências a serem aplicadas em unidades públicas, enfatizou a gerente da Gafae, Giovana Garofalo. “A reunião foi solicitada para que a gente pudesse ter conhecimento sobre como estão os indicadores da Farmácia Clínica do Hospital de Base. Isso porque a SES está em momento de revisão dos indicadores e qualificação de serviços”, reforçou.
Para a gerente, a reunião visou a busca por melhores práticas adotadas no setor e verificar o que pode ser replicado na Secretaria de Saúde. Também participaram da reunião as farmacêuticas Letícia D’Oliveira e Júlia Dantas, ambas do Gafae da Secretaria de Saúde.
“A reunião foi superinteressante”, afirmou a gerente. “Deu perceber que estão mais avançados do que imaginávamos em relação aos indicadores. Então foi bem enriquecedor, e abriu várias portas e oportunidades para que a gente possa melhorar o serviço de farmácia clínica prestado na SES”, projetou.