Jovem de 18 anos passou por diversas cirurgias e vai continuar o tratamento ambulatorial
Após 39 dias de internação no Hospital de Base (HB), a jovem arrastada por um veículo, no Distrito Federal, após a motocicleta em que estava com o namorado ter sofrido uma colisão, recebeu alta para ir para casa nesta quarta-feira (23). Paula Thais Gomes de Oliveira, 18 anos, chegou em estado muito grave ao hospital que é referência para atendimento de trauma.
Ela precisou ter a mão esquerda amputada, foi submetida a diversos procedimentos de reconstrução, além de outros tratamentos para recuperar as lesões, que afetaram diversas partes do corpo, inclusive de forma intensa a perna direita, que foi restaurada.
Paula vai continuar o tratamento no Hospital de Base, sendo que ainda será necessário o implante de prótese nos seios, mas já está caminhando sozinha, bem melhor, e já com um largo sorriso.
“Quando eu cheguei, estava numa situação muito feia, até eu mesma duvidei. Pensei que nunca mais iria falar, ficar com o olho aberto e me recuperar. Aos poucos, fui melhorando, os médicos foram fazendo os enxertos. Precisava ir três vezes por semana ao centro cirúrgico. Cada parte do meu corpo que ficou machucado foi sendo refeito e todos me tratando muito bem no hospital, me dando mais força para eu vencer”, declarou.
Paula conta que, no início, ela só pensava em ir para casa, porque ela não acreditava que ela estava naquele estado, cheia de marcas e feridas pelo corpo,. “Ainda não tinha caído a minha ficha. A patela da minha perna direita ficou muito machucada, então, por pouco não perdi a minha perna direita. Daí, seria meu braço, minha mão e minha perna amputada. Mas daqui para frente, é só melhorar, porque, em um mês, meu estado era muito grave e me recuperei muito rápido, muito rápido mesmo”, disse.
A paciente conta que o namorado, que estava com ela no acidente, sempre a acompanhava no hospital, bem como a mãe e a tia. A amiga que estava no acidente e uma prima também foram visitá-la.
Paula conta que, antes do acidente, trabalhava em uma rede de fast food, gostava de sair com o namorado para lanchar e ficar em casa assistindo filme. O sonho de Paula é estudar mais e mudar de emprego.
“Terminei meu ensino médio e meu sonho é fazer o concurso para polícia federal. Também quero fazer faculdade na área de recursos humanos. Sei que vai ficar difícil, mas não vou desistir nunca”, revelou.
TRATAMENTO – O tratamento foi completamente multidisciplinar com envolvimento de equipes da cirurgia geral, ortopedia, cirurgia plástica, anestesistas, terapia intensiva, centro-cirúrgico, trauma, enfermagem, nutrição, psicologia, fisioterapia, bem como o apoio da equipe de cirurgia plástica de queimados do Hospital Regional da Asa Norte.
A fisioterapeuta que acompanha Paula na enfermaria, Tatiana Lima, conta que ela conseguiu ficar de pé desde a semana passada e trocar passos. “Ela está conseguindo ir de alta andando, se movimento bem e conseguindo fazer as coisas da forma mais funcional possível”, avaliou.
“Hoje é um dia muito especial porque estamos conseguindo dar alta para Paula, retornando para sua casa e sua família, retomando aos poucos os seus afazeres habituais. Isso mostra que o Hospital de Base tem capacidade de fazer o tratamento completo dos pacientes politraumatizado e devolvê-los com a reabilitação encaminhada”, finalizou o chefe do Serviço de Medicina do Trauma do HB, Renato Lins.
Texto: Ailane Silva/IGESDF
Fotos: Davidyson Damasceno/IGESDF