A direção do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) homenageou, nesta sexta-feira (27), os mais de 200 profissionais da unidade que atuaram na linha de frente contra o coronavírus. Um café da manhã especial teve a entrega de certificados de honra ao mérito e foi marcado por discursos emocionados que relembraram dias difíceis e de superação.
A ala de unidades de terapia intensiva (UTI), que ocupa o 5º andar do HRSM, estava atendendo de forma exclusiva os pacientes com covid-19 até 20 de novembro. Com a desmobilização, as UTIs do hospital já retomaram os atendimentos gerais.
A chefe do Núcleo de Enfermagem em Terapia Intensiva, Jaqueline Albuquerque, reconheceu a dedicação dos colaboradores e os parabenizou pela bravura. “Este café da manhã foi a forma que encontramos de agradecer pelo empenho e pela coragem dos que atuaram no combate à pandemia. Sabemos que não foi fácil. Todos sentiram muito medo, mas mantiveram o profissionalismo”, declarou Jaqueline.
A supervisora de Serviços de Enfermagem da UTI Adulto, Rayanne Macedo, comemorou a recuperação de 296 pacientes que passaram pelo hospital regional e relembrou que a Secretaria de Saúde designou o HRSM como o segundo local de referência para a covid-19 em Brasília, depois do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
“Disponibilizamos os nossos 40 leitos de UTI para pacientes com coronavírus. A nossa equipe esteve bem paramentada desde o início da pandemia. Fomos elogiados pelo Conselho Nacional de Saúde e demais órgãos fiscalizadores”, destacou Rayanne.
Superação e coragem
A enfermeira Camila Duarte Woiciechoski tem 31 anos, 11 deles como servidora do Hospital de Santa Maria. Ela foi uma dos diversos profissionais que precisaram enfrentar seus medos para cuidar de pessoas desconhecidas. “No começo da pandemia, tudo era muito novo, e não sabíamos como lidar. Sentíamos preocupação pelas nossas famílias. Nossa rotina mudou no trabalho e em casa, mas desistir nunca foi uma opção”, garantiu.
Camila pegou a doença e precisou ficar longe do hospital e do filho Gael, de 3 anos. “Alguns colegas e eu contraímos a covid-19. Mas logo que nos recuperamos, voltamos para a ativa. Sempre estivemos muito envolvidos com as histórias vividas aqui. Alguns pacientes foram a óbito, mesmo recebendo todo o tratamento. Isso nos impactava, inevitavelmente. Porém, a cada paciente que recebia alta, a nossa força era renovada.”
A enfermeira diz que uma das histórias que mais a impactou foi a de um dos primeiros pacientes do HRSM com coronavírus. “Ele tinha cerca de 30 anos e ficou entubado por meses, chegou até a fazer traqueostomia. Mas foi se recuperando e recebeu alta. A nossa equipe se reuniu no corredor para aplaudir e vibrar pela vitória dele. Foi uma vitória de todos nós”, celebrou.