Nenhuma denúncia de irregularidade na vacinação contra a covid-19, como casos de “fura-filas”, foi comprovada até esta terça-feira (26) nas unidades do instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) pelos rigorosos órgãos de controle externo que investigam supostas violações às normas estabelecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde.
Essa informação foi dada hoje (26) por instituições que acompanham o processo de vacinação das unidades do Iges-DF: a Comissão Especial da Vacina da Câmara Legislativa (CLDF) e a Ordem dos Advogados do Brasil-Seccional do Distrito Federal (OAB-DF). O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) também foi contatado e informou que investigações estão em curso, mas não confirmou qualquer tipo de irregularidade até agora.
Essas instituições, desde o início da campanha, têm recebido denúncias anônimas sobre supostas irregularidades no processo de vacinação. Parte delas aponta que, nas unidades administradas pelo Iges-DF, estaria ocorrendo “fura-filas”, ou seja, profissionais que não pertenceriam ao primeiro grupo priorizado para ser imunizado, estariam recebendo a vacina antes dos colaboradores que estão na linha de frente de combate à pandemia.
A diretoria do Iges-DF vem rebatendo essas denúncias com veemência, mostrando que segue o plano estabelecido pelo Ministério da Saúde, disponibilizando todos os dados aos órgãos de controle e colocando a sua própria Controladoria Interna para acompanhar o processo de vacinação.
“Estamos dando total transparência a tudo que estamos fazendo nas nossas unidades, seguindo todas as determinações do governo federal e fornecendo todas as informações aos órgãos de fiscalização, como o Ministério Público”, afirma o presidente do Iges-DF, Paulo Ricardo Silva.
Repúdio
Desde o início da campanha de vacinação contra a covid-19 no DF, na semana passada, quando foram considerados prioritários os profissionais de saúde da linha de frente, circulam na mídia denúncias de pessoas que têm se valido da facilidade de acesso às vacinas para “furar filas”.
A Controladoria Interna do Iges-DF emitiu circular sobre o tema, na qual destaca que o instituto “repudia qualquer tipo de favorecimento indevido em decorrência do cargo em que ocupa, para si ou para terceiros, consoante o que dispõe o Código de Ética e Conduta, sob pena de responsabilização após a devida apuração dos fatos”.
O controlador interno do Iges-DF, Bruno Lago, informa que, até o momento, não foram recebidas denúncias de “fura-fila” pelo órgão interno. “Se houver, abriremos processo de investigação, que pode resultar em demissão por justa causa”, ressalta.
O plano de vacinação da Secretaria de Saúde do DF, seguido à risca pelo Iges, foi pensado para priorizar aqueles que estão mais suscetíveis aos riscos de contaminação. “O ato de ‘furar a fila’ do plano de vacinação pode deixar de fora um colaborador que atua na linha de frente de combate ao vírus”, destaca a circular emitida pela Controladoria Interna do Iges.