A pandemia atrapalhou, mas não interrompeu o fluxo de exames de endoscopia digestiva feitos pelo Hospital de Base, unidade administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IESDF). Entre janeiro de 2020 e julho de 2021, foram realizados mais de 6 mil exames, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (19) pelo chefe da Gastroenterologia, José Eduardo Trevizol. “Somente entre janeiro de 2020 e julho de 2021, conseguimos realizar 6,2 mil exames. É um número bastante expressivos considerando a situação complexa que vivemos com a pandemia do coronavírus”, destacou Trevizol.
A Gastroenterologia é responsável pelo diagnóstico e tratamento de doenças do aparelho gastrointestinal, vias biliares e o pâncreas, a partir de imagens geradas por vídeos. O serviço é disponibilizado para pacientes atendidos no Ambulatório ou que dão entrada pelo Pronto-Socorro do HB. O atendimento é prestado por médicos especializados, que são auxiliados por residentes. Tudo é feito com equipamentos modernos.
“Realizamos inúmeros procedimentos endoscópicos avançados, que são capazes de identificar lesões em pequenas áreas e até mesmo prevenir determinados tipos de doenças digestivas”, explica Juliana de Meneses, supervisora de Residência Médica em Endoscopia do hospital.
Os exames são feitos de acordo com o quadro clínico do paciente, conforme a médica. Os quatro principais tipos de exames são: endoscopia digestiva alta, procedimento que analisa o tubo digestivo superior, como esôfago e estômago); colonoscopia, que avalia o tubo digestivo superior, como o intestino grosso, e identifica lesões na parede intestinal; Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE), procedimento que examina fígado, vesícula biliar, vias biliares e o pâncreas; e ecoendoscopia, exame que combina ultrassonografia e endoscopia, possibilitando a análise das paredes do esôfago, estômago, duodeno, reto e demais estruturas próximas ao tubo digestivo.
Reconhecimento nacional
Além do tratamento dos pacientes, a unidade de Gastroenterologia também é responsável pela especialização de clínicos médicos ou cirurgiões gerais na área de Endoscopia Digestiva. Reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) em outubro de 2019, a Residência em Endoscopia do HB foi a primeira especialização, com duração de dois anos, instituída na região Centro-Oeste.
A especialidade foi também chancelada pelo Centro de Ensino e Treinamento da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (CET-SOBED) junto a outros núcleos de referência distribuídos pelo país. “Com esse reconhecimento, a especialização, que antes tinha duração de um ano, dobrou, permitindo com que os profissionais adquiram mais conhecimento e saiam mais preparados para o mercado de trabalho”, destacou Juliana de Meneses.
A Residência em Endoscopia disponibiliza duas vagas. Os dois residentes são supervisionados pelos 20 médicos que trabalham na unidade, onde conhecem e aprendem a operar os equipamentos e a identificar os diagnósticos. “Eles começam do básico, que é aprender como é feita a limpeza do aparelho, e vão até os casos que exigem maior conhecimento, que é a realização de exames mais complexos”, explica a supervisora.
Há um ano na residência, a médica Ana Paula Lopo, 30 anos, já teve a oportunidade de vivenciar um caso raro na medicina: o diagnóstico de uma lesão quase imperceptível no esôfago de um paciente. “A identificação do câncer possibilitou que o tumor fosse retirado totalmente por meio da endoscopia sem que houvesse a necessidade de cirurgia”, contou Ana Paula. “Tem sido uma experiência incrível trabalhar no Hospital de Base e aprender com uma equipe de médicos tão especializada”.