Número de procedimentos coloca o DF entre os primeiros colocados no ranking nacional
O Distrito Federal (DF) figura em 3º lugar no ranking nacional da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), no primeiro trimestre de 2019.
O destaque para a capital federal conta com o trabalho do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF) através dos serviços prestados pelo Hospital de Base (HB) um dos locais onde se realiza o maior número desse tipo de procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região.
Com 29 transplantes realizados de janeiro deste ano até agora, os pacientes atendidos no HB recebem o acompanhamento completo de seus casos, conforme explica a coordenadora da área de Transplantes da Unidade de Oftalmologia, Larissa Fernanda Queiroz Elias.
“Há mais de 15 anos o HB oferece o atendimento às pessoas que precisam de transplante de córnea. E os pacientes atendidos aqui recebem todo o acompanhamento necessário para sua plena recuperação”, destaca.
A médica explica que, grande parte dos pacientes, são acometidos por problemas como úlcera de córnea, infecções e Ceratocone (afinamento da córnea), porém, há também os acidentes que geram os atendimentos de urgência, e nesse quesito, o Hospital de Base também é uma referência.
“Dos 29 procedimentos, nove foram de emergência. São pessoas que sofreram algum tipo de acidente e precisam do transplante da córnea com a maior rapidez possível. Para isso, temos equipe sempre a postos para receber o paciente”, afirma.
Transplante – Na última terça-feira, foi a vez de um paciente de 18 anos, com quadro de Ceratocone receber sua nova córnea. A cirurgia foi realizada pela médica Larissa, e permitirá uma qualidade de vida melhor para o beneficiado.
“Esse paciente sofre de diversas comorbidades e ficou na fila por cerca de nove meses, que é o tempo médio de espera. O quadro dele era de cicatriz de hidropsia, que é uma complicação do Ceratocone. Por isso, foi feito um transplante penetrante, ou seja, quando se tira todas as camadas da córnea para reestabelecer a função visual”, explica.
Transplantado – Lucas Batista de Godois, de 16 anos, foi um dos últimos beneficiados pelo transplante no HB. Com úlcera de córnea diagnosticada há cerca de três anos, o adolescente estava com uma cicatriz no eixo da visão, e, após perfuração da córnea, precisou do procedimento realizado há pouco mais de um mês.
“Fiz o transplante e venho fazendo o acompanhamento no Hospital de Base com a médica Larissa. A cirurgia foi tranquila, a equipe passou muita confiança, a evolução está ótima e minha visão já voltou. Vou continuar vindo mensalmente ao hospital para avaliações, mas acredito que tudo correrá bem, assim como tem acontecido até aqui”, afirma.
Fila – Atualmente, 315 pacientes estão em lista de espera para este tipo de transplante no DF. No Hospital de Base, são 38 pacientes esperando.
Doação – As córneas são tecidos e, portanto, uma das últimas captações feitas no corpo após o falecimento. Como são avasculares, não dependem de circulação sanguínea e também não requerem análise de compatibilidade sanguínea para o transplante. No DF há uma captação média de 40 córneas, mensalmente. Comparado ao número de óbitos mensais, a quantidade de doadores ainda é reduzida em relação às necessidades. Por isso, é importante que a população tenha consciência da importância da doação e possa ajudar quem aguarda nas filas aqui no DF e em todo país.
Texto: Leilane Oliveira/Iges-DF
Fotos: Davidyson Damasceno/Iges-DF