O fisioterapeuta do Instituto Hospital de Base (IHB), Paulo Eugenio Silva, conquistou o 1º lugar na categoria “Prêmio de Inovação Tecnológica”.O fisioterapeuta do Instituto Hospital de Base (IHB), Paulo Eugenio Silva, conquistou o 1º lugar na categoria “Prêmio de Inovação Tecnológica”, no XIX Simpósio Internacional de Fisioterapia Cardiorrespiratório e Fisioterapia em Terapia Intensiva (SIFR 2018), ocorrido em Manaus (AM), entre os dias 10 e 13 de outubro. Ele desenvolveu um estimulador elétrico neuromuscular automático e específico para pacientes criticamente enfermos, utilizado para ganho de força e massa muscular. O equipamento será usado pelas equipes de fisioterapia do IHB, a partir de novembro.
O SIFR, que é o maior e um dos mais importantes eventos do mundo na área da reabilitação de pacientes com doenças cardiopulmonares e críticas, contou com a participação de 1.400 inscritos de todos os continentes. Dentre os mais de 700 trabalhos submetidos, seis foram selecionados para a categoria de inovação tecnológica, sendo dois deles desenvolvidos no IHB, pelo próprio fisioterapeuta Paulo Eugenio Silva.
A estimulação elétrica neuromuscular é uma ferramenta promissora para a manutenção de força e massa muscular de pacientes internados. Essa técnica pode reduzir o tempo de ventilação mecânica e internação, levando à redução significativa de gastos para o Sistema Único de Saúde. Porém, ainda não existiam equipamentos específicos para pessoas hospitalizadas e a técnica tinha eficácia e viabilidade reduzida. O fisioterapeuta Paulo Eugenio explica que a invenção solucionou esse problema, resultando em uma patente de inovação registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial. “O equipamento é capaz de gerar contrações potentes e seguras de forma sincronizada, simulando movimentos funcionais, mesmo quando os pacientes ainda estão sedados. Eu e minha equipe concluímos um estudo que evidenciou a estimulação elétrica neuromuscular e foi capaz de reduzir a incidência de polineuromiopatia da doença crítica”, detalhou. Ele ainda ressalta que esta doença aumenta a taxa de mortalidade, tempo de permanência na UTI e os gastos do governo para tratar suas consequências.
O estudo para desenvolvimento do estimulador elétrico neuromuscular automático começou em 2008, na Bélgica e em 2013 foi inserido no Hospital de Base, em parceria com a Universidade de Brasília e a Universidade Federal de Minas Gerais. O projeto ainda contou com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal.
Outra fisioterapeuta do IHB também foi premiada no mesmo evento. Lara Rocha ficou em 3ª lugar, na categoria “Pôster moderado, área de práticas, ensino, gestão e extensão”, cujo tema era “Análise de desfechos clínicos com a assistência fisioterapêutica, por 18 horas e 24 horas, na Unidade de Terapia Intensiva: um estudo retrospectivo”. O trabalho realizado no período em que Lara era residente no IHB observou que a assistência fisioterapêutica por 24 horas/dia pode diminuir o tempo de internação hospitalar e a mortalidade em indivíduos neurocríticos, quando comparados com a assistência fisioterapêutica por 18 horas/dia. De forma secundária, ainda podem proporcionar redução dos custos hospitalares e aumentar a rotatividade dos leitos de UTI.