O Serviço de Saúde Funcional (SESAF) do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) realizou, nesta segunda-feira (18), uma série de atividades em celebração à campanha Abril Laranja: mês de conscientização da amputação.
A programação, realizada na Tenda Rosa localizada no Jardim do HBDF, chamou a atenção dos pacientes para as maneiras e ações que podem melhorar a vida de quem passa pela amputação ou convive com essa condição.
De acordo com Ronara Mangaravite, fisioterapeuta responsável pelo Programa de Reabilitação de Amputados do HBDF, 200 pacientes estão sendo acompanhados atualmente na unidade, e as principais causas da amputação são vasculares, traumas, infecções, oncológicas, sequelas pós-covid e más-formações.
“Nosso objetivo aqui, como referência em reabilitação de amputados, é dizer para a população que essas pessoas são verdadeiros guerreiros que tiveram uma segunda chance na vida, têm um sonho de continuar, tiveram ou não a possibilidade de colocar uma prótese e ainda sonham”, disse a profissional.
Para Mariela Souza de Jesus, diretora-presidente interina do IGESDF, ações pontuais como essa são importantes para a conscientização dos pacientes e humanização da atuação hospitalar, “a promoção de dias voltados para enfermidades específicas viabiliza para um olhar diferenciado e de atenção aos pacientes de forma humanizada, que é um dos pontos fundamentais para a recuperação e adaptação no caso de amputações” disse.
Durante o evento, realizado anualmente, foram promovidas palestras sobre alimentação no tratamento de doenças crônicas, direitos do paciente amputado e vivências das primeiras semanas depois da alta hospitalar. Musicoterapia, bingo e distribuição de prêmios foram parte do entretenimento.
ATENDIMENTO – No Hospital de Base do DF, os pacientes amputados são assistidos por profissionais das áreas de fisioterapia, nutrição, serviço social, psicologia, terapia ocupacional, enfermagem, trama-ortopedia, vascular, entre outras áreas. Após a amputação realizada no HBDF, o paciente é encaminhado para a Secretaria de Saúde do DF que providencia as próteses. Após o recebimento, eles retornam para serem reabilitados.
Um dos pacientes atendidos é o músico Eduardo Jorge Tinoco Bello, 58 anos, morador de Águas Claras. Ele conta que passou pelo processo de amputação de uma das pernas. “No Hospital de Base, eles me dão toda a assistência que eu preciso em relação à amputação. Eles me ensinam como reagir socialmente, como lidar com as pessoas que estão do meu lado, o que eu posso fazer para melhorar minha adaptação no ambiente onde eu vivo”, disse o paciente. Segundo Eduardo as equipes multidisciplinares do HBDF também são incentivadoras. “A equipe me atende muito bem. Ajudam a melhorar a minha autoestima e a ter a alegria de viver, porque é uma situação muito difícil quando acontece uma coisa trágica dessa na vida da gente. Sou muito grato a todos do hospital, especialmente, à Ronara”.
A assistente social, Simone Lima, afirma que, em razão das causas vasculares serem as principais responsáveis pelas amputações, a equipe do Serviço Social do HBDF é atuante no quinto andar, onde ficam internados os pacientes com esse perfil. “Quando o paciente vai passar pelo procedimento de amputação, ele aciona o Serviço Social para conversar sobre os possíveis direitos que o paciente tem acesso como direito previdenciário e socioassistencial para que ele possa prosseguir com auxílio do governo para contribuir nessa nova fase da vida”, finalizou.
Giovanna Braga, terapeuta ocupacional, ressaltou que a área é responsável pela orientação aos pacientes para que eles tenham maior independência nas atividades da vida diária. “Na enfermaria, trabalhamos em relação a como se adaptar a dispositivos como cadeira de roda, cadeira de banho, andador, muleta e outros suportes que possam aumentar a independência, inclusive no trabalho. Também falarmos sobre as adaptações em casa como acessibilidade no banheiro”, disse.
ABRIL LARANJA – A campanha Abril Laranja foi lançada em 2020 pela Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (ABOTEC), com a proposta de sensibilizar a população sobre a amputação, bem como destacar que existem maneiras de evitar a perda dos membros.