O Ambulatório de Cardiologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) ganhou um importante reforço no cuidado aos pacientes: 25 esfigmomanômetros, aparelhos que medem a pressão arterial com precisão. A entrega foi feita nesta quinta-feira (14) pela Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa (DIEP) do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF).

Os equipamentos vão beneficiar diretamente pacientes com doenças cardíacas e com fatores de risco relacionados, como hipertensão. “Um dos grandes pilares do nosso trabalho é o controle da pressão arterial para reduzir o risco cardiovascular e prevenir complicações. Essa doação vem suprir uma necessidade muito importante”, afirma Gabriela Thevenard, chefe do serviço de cardiologia.
Pesquisa clínica deixa legado em equipamentos
A doação é resultado da pesquisa clínica patrocinada conduzida no HBDF em parceria com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein (SBIBHAE).

Os aparelhos foram utilizados durante o estudo e, ao fim do projeto, doados ao hospital. Segundo a diretora da DIEP, Emanuela Dourado, isso segue a determinação da Resolução RDE 20/2023. “Quando o pesquisador recebe recursos para um estudo, parte deles é revertida para a unidade. Cabe ao pesquisador identificar as necessidades do serviço e a melhor forma de beneficiar a equipe e os pacientes”, explica.

A gerente-geral de assistência do HBDF, Fernanda Hak, reforça: “Cada equipamento novo é uma ferramenta a mais para qualificar nosso trabalho e cuidar melhor de quem é o motivo de estarmos aqui: o paciente.”
Impacto direto para quem precisa
A paciente Júlia Marques Ferreira, que faz acompanhamento cardiológico a cada seis meses na unidade, comemorou a chegada dos novos aparelhos. “Sou sempre muito bem tratada aqui. Acredito que quanto mais equipamentos o hospital tiver, melhor será para todos nós que precisamos”, lembra.

Para Ylana Leal, gerente de pesquisa substituta da DIEP, a entrega mostra como a ciência pode trazer benefícios concretos. “Muitas pesquisas ficam restritas ao meio acadêmico. Aqui, conseguimos transformar resultados científicos em melhorias reais no atendimento”, completa.
O estudo
Liderada pela cardiologista Ana Cláudia Nogueira e coordenada pelo Núcleo de Pesquisa Clínica da Diep, o estudo recebeu financiamento do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), do Ministério da Saúde.
O objetivo foi avaliar se manter a pressão arterial sistólica — o número mais alto na medição — em níveis mais baixos que o padrão atual poderia reduzir a ocorrência de eventos cardiovasculares graves, como infarto e AVC, em pacientes com diabetes mellitus.
No Hospital de Base, 89 pacientes participaram da pesquisa, recebendo acompanhamento especializado, realizando medições frequentes da pressão arterial entre 2019 e 2025. O estudo segue agora em andamento em outras regiões do país.


